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Aviação será mais verde com o uso do SAF até 2030
Tendência no setor para a descarbonização, o SAF (Combustível Sustentável de Aviação) deve ser o combustível principal de 20% da frota aérea mundial nos próximos anos
O SAF (Combustível Sustentável de Aviação), o qual tem em uma de suas rotas de desenvolvimento o uso do etanol, deverá ser uma solução para um desafio crucial da aviação: a redução das emissões de carbono. Para o engenheiro químico Henrique Baudel, líder do Grupo Bioprocessos no Centro de Desenvolvimento de Competências em Biocombustíveis do Instituto SENAI, em palestra ministrada durante a Fenasucro & Agrocana, embora em fase de desenvolvimento comercial, o SAF surge como uma solução promissora para revolucionar a indústria aérea até 2030.
“A transição para o SAF envolve complexidades tecnológicas e logísticas, com a necessidade de integrar biotecnologia e química, além de coordenar diversos fatores da indústria. Enquanto a Europa e os EUA avançam, o Brasil, com seu grande potencial de produção de etanol, está bem posicionado para contribuir já que possui a matéria-prima necessária, o que representa uma vantagem estratégica”, explicou Baudel.
A previsão é que o SAF, que hoje representa apenas 0,5% a 1% do combustível global, possa ser responsável por até 20% da frota mundial de aviões operando 100% com o combustível puro. “A colaboração entre produtores e fabricantes é essencial para que a aviação alcance um futuro mais sustentável e verde”, destacou o engenheiro durante palestra realizada na maior feira de bioenergia do mundo.
Descarbonização
O processo de descarbonização na busca por uma mobilidade mais limpa, econômica e socialmente responsável também foi tema do painel “A Liderança Brasileira na Transição para uma Mobilidade de Baixo Carbono”, conduzido por Orlando Merluzzi, responsável pela gestão operacional do Acordo de Cooperação Mobilidade de Baixo Carbono para o Brasil (MBCB).
“Essa é uma coalisão de esforços que nasceu para atender a atual agenda global diante das mudanças climáticas, que exige novas soluções. Nosso objetivo é reduzir as emissões de gases de efeito estufa na mobilidade e evitar a desindustrialização do país utilizando todas as rotas tecnológicas que dispomos”, explicou Merluzzi.
Durante o evento, ainda foram apresentados alguns pontos do inédito Estudo “Trajetórias tecnológicas mais eficientes para a descarbonização da mobilidade”, encomendado pelo MBCB e elaborado pela LCA Consultores e MTempo Capital.
“A análise nos permite mensurar, por exemplo, os impactos econômicos de um cenário que combina biocombustíveis com elétricos (híbridos). A diferença acumulada é positiva em R$ 2,8 trilhões no PIB e em 1,6 milhão na geração de empregos em relação ao cenário que privilegia os veículos 100% elétricos. Vivemos um momento propício para avançar, com planos substanciais de investimento, compromissos do governo, amplo apoio do Congresso Nacional e consenso científico e técnico”, detalhou.
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