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Biometano pode entrar na conta da descarbonização nas usinas e gerar mais CBios

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Pesquisadores se unem para tornar a RenovaCalc mais amigável na contabilização desse crédito

A Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), a Agência Nacional do Petróleo, Gás e Biocombustíveis (ANP), o instituto i17 e a Associação Brasileira do Biogás (Abiogás) estão juntos na missão de melhorar a RenovaCalc, ferramenta que funciona como uma calculadora para o programa RenovaBio.

De acordo com os pesquisadores, a primeira versão da RenovaCalc ofereceu uma solução simples e suficiente para o início da operacionalização do mercado de créditos de descarbonização (CBios). “Mas reconhecidamente com simplificações que mereceriam novos desenvolvimentos”, explica a pesquisadora Marília Folegatti, da Embrapa Meio Ambiente, unidade localizada em Jaguariúna (SP), e coordenadora do projeto.

No caso do biometano, a Embrapa realizou no início março o primeiro encontro nesse sentido, dentro do projeto “Aprimoramento da contabilidade de carbono na RenovaBio”, que é financiado pela Finep, com apoio do Ministério de Minas e Energia.

As simplificações decorreram, principalmente, da escassez de informações técnico-científicas, como no caso da rota do biometano. “O crescimento da participação do biometano no RenovaBio, nos últimos anos, é visto com muita satisfação pela ANP”, afirma a coordenadora de gestão da RenovaBio na ANP, Maria Auxiliadora Nobre.

Segundo ela, isso justifica o investimento de tempo e recurso para o aprimoramento dessa rota. A ANP enxerga uma tendência de aumento dessa participação no curto prazo, frente aos novos empreendimentos que estão sendo construídos. “As melhorias propostas estão sendo analisadas e poderão integrar a versão de uso da RenovaCalc após avaliações mais detalhadas de seus impactos e do alinhamento com outras iniciativas internacionais”, destaca Nobre.

A atualização dos processos e tecnologias envolvidas na produção de biometano está sendo conduzida pela equipe do instituto i17, que iniciou neste mês de março uma série de entrevistas e visitas técnicas às plantas de produção de biometano que se prontificarem a contribuir com essa ação da RenovaBio.

No estudo, serão levantadas informações referentes à existência de pré-tratamento de substrato, de lagoas de armazenamento, medições de emissões fugitivas em biodigestores, destinação final anterior do efluente ou resíduo e tempo de armazenamento, além de destino do digestato – material remanescente após a digestão anaeróbica de uma matéria-prima biodegradável, tipologia de flare –, eliminação segura e eficaz dos gases não aproveitados ou sua recuperação, volumes de biogás e de biometano, entre outras.

Para a analista Anna Pighinelli, da Embrapa Meio Ambiente, uma outra melhoria que pode ser incrementada à RenovaCalc é a inclusão de uma rota de biometano envolvendo biomassa dedicada, cultura desenvolvida com o objetivo específico de aumentar a disponibilidade de matéria-prima em escala, que também está em estudo e pode incentivar ainda mais o biometano como biocombustível.

“Esta foi a primeira de uma série de ações que serão realizadas para que, ao final do projeto, possamos subsidiar o aprimoramento da RenovaBio a partir de uma base científica sólida, com inserções factíveis e reconhecidas”, diz Pighinelli. Dez pesquisadores estão envolvidos no processo.

Forbes
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