O Índice de Poder de Compra de Fertilizantes (IPCF) fechou o mês de abril em 1,87 ponto, um aumento ante a média de 1,56 vista em março, que mostra uma piora na capacidade de aquisição do insumo pelos agricultores, conforme análise da companhia Mosaic, divulgada ontem segunda-feira, 16.
De acordo com levantamento, o preço médio dos adubos subiu durante o período, puxado principalmente pelos riscos à matriz de abastecimento, atrelados ao conflito entre Rússia e Ucrânia, sanções à Belarus e restrições de fornecimento de fertilizante chinês; um cenário sem precedente na história.
Um resultado menor que um, de acordo com a companhia, aponta que os fertilizantes estão mais acessíveis do que no mesmo período em 2017, início da série histórica. Já a média acima de 1 significa que os adubos estão menos acessíveis. O cálculo do indicador leva em consideração as principais lavouras brasileiras: soja, milho, açúcar, etanol e algodão.
“Em abril, o término da colheita da soja no Brasil e a expectativa de aumento da área plantada nos Estados Unidos provocou queda no indicador de commodities”, afirmou a companhia em relatório.
“No período, o índice também foi impactado pelo estímulo ao aumento do consumo do etanol de cana-de-açúcar nos Estados Unidos, consequência da decisão de aumentar o teor de etanol na gasolina durante o verão para reduzir o preço final ao consumidor. O algodão também merece destaque devido ao ritmo desacelerado do plantio nas lavouras norte-americanas”, completa.
Ainda de acordo com o levantamento, outro ponto de atenção para o período se refere à China, maior consumidora de grãos, devido aos lockdowns contra a covid-19, o que desacelera a demanda doméstica e, consequentemente, pode influenciar o mercado brasileiro.
O IPCF é divulgado mensalmente e consiste na relação entre indicadores de preços de fertilizantes e de commodities agrícolas.