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Cana-de-açúcar: colheita na Índia tem atrasos por conta da Covid

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Diana Bioenergia espera ciclo virtuoso a partir da safra 2020/21
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A Índia enfrenta potenciais atrasos na colheita de sua enorme safra de cana-de-açúcar, o que ameaça impactar a oferta global do adoçante, à medida que milhões de trabalhadores migrantes necessários para a colheita podem estar assustados para viajar devido ao aumento das infecções por coronavírus no país.

A colheita de cana da Índia começa em outubro, quando outros grandes produtores estão encerrando a safra. A indústria do país, no entanto, não é mecanizada e depende de trabalhadores migrantes que viajam pelo país para cortar cana.

Mas, com 3,7 milhões de infecções por coronavírus, o terceiro maior número no mundo, há temores de que a colheita possa se tornar vetor de ainda mais infecções na Índia.

Atrasos na colheita fariam com que as usinas indianas produzam açúcar em um ritmo mais lento, em um momento em que a produção de açúcar brasileira estará desacelerando e a Tailândia está colhendo a menor safra em 10 anos, reduzindo a disponibilidade de açúcar no mercado global.

O ritmo de moagem mais lento na Índia poderia dar suporte aos preços globais do açúcar, que estão próximos dos patamares mais altos em cinco meses.

“Estamos prevendo alguns atrasos no início da temporada. Muitas coisas dependem de quanto os trabalhadores estão disponíveis localmente e da disseminação do coronavírus em outubro”, disse B.B. Thombare, presidente da associação de usinas de açúcar WISMA.

A Índia produz 370 milhões de toneladas de cana anualmente, a segunda maior produção mundial, atrás apenas do Brasil. Mas a mecanização responde por apenas 5% do trabalho em um país com quase 50 milhões de trabalhadores em fazendas de cana-de-açúcar e 700 fábricas, de acordo com o governo.

“O medo de ser infectado pode levar alguns trabalhadores a aceitar vagas menos lucrativas próximas de suas regiões nativas”, disse Thombare.

Na Índia, a maior parte do cultivo de cana ocorre manualmente, em áreas muito pequenas. Estas propriedades não têm capital para comprar uma máquina que pode custar até 200 mil dólares. Mas as usinas, que ajudam os produtores a colher e transportar a cana até a indústria, estão pouco a pouco fazendo este investimento.

O diretor-geral da Federação Nacional de Fábricas Cooperativas de Açúcar, Prakash Naiknavare, disse que as usinas estão correndo para comprar máquinas. Segundo ele, usinas em todo o país fizeram pedidos de mais de 200 equipamentos para colheita de cana recentemente.

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