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Cenários de um futuro promissor para os biocombustíveis no Brasil

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A “Política Nacional de Biocombustíveis” (RenovaBio) e o “Programa Mobilidade Verde e Inovação” (Mover), dois projetos já em andamento no Brasil, além de outras iniciativas como “Combustível do Futuro” e o “Programa de Aceleração da Transição Energética” (Paten), ambos em tramitação no Senado, são instrumentos-chave para o avanço da indústria de combustíveis renováveis no país. Durante reunião com executivos do Banco Santander nesta terça-feira (23/07), o CEO da SCA Brasil, Martinho Seiiti Ono, enfatizou a importância dessas ações para assegurar maior previsibilidade e segurança jurídica aos investidores.

“São projetos que valorizam o potencial do setor sucroenergético, agora com o segmento do milho, que também produz biocombustível. São políticas de Estado que ajudarão a alavancar a indústria de óleo vegetais, responsável pela fabricação de biodiesel. Estes produtos darão ainda mais protagonismo ao Brasil na transição energética global”, explicou Ono.

Em suma, o RenovaBio, instituído em 2017, é considerado o maior programa de descarbonização do setor de transportes do mundo. Já o Mover, sancionado em junho de 2024, inclui premissas focadas na promoção de investimentos em veículos com novas tecnologias, maior eficiência energética e menores emissões de CO2. Os projetos “Combustível do Futuro” e Paten, por sua vez, têm como objetivos elevar a mistura de etanol e biodiesel na gasolina e no diesel fóssil, financiar e incentivar empresas que invistam em biocombustíveis avançados.

O CEO da SCA Brasil reforçou os benefícios advindos do setor de biocombustíveis no Brasil. “A geração de empregos/renda no campo e nas cidades, o desenvolvimento regional e a proteção ao meio ambiente são ganhos notórios”, frisou. Destacando essas vantagens competitivas do ponto de vista socioeconômico e ambiental, Ono abordou outras questões ligadas ao ciclo canavieiro na safra 2024-2025, produção de etanol e biodiesel para os próximos anos, e aspectos relacionados à geração de energia elétrica de origem renovável por meio da queima do bagaço e da palha.

Safra 2024/25

Dados da SCA Brasil apontam que no ciclo 2024-2025 o Brasil produzirá entre 615 e 622 milhões de toneladas de cana-de-açúcar. Desta safra serão extraídas 41 milhões de toneladas de açúcar e 32,6 milhões de metros cúbicos (m3) de etanol. Apesar do processamento menor em relação ao último ciclo agrícola (2023-2024), que registrou recorde histórico de 654 milhões de toneladas de cana, o período atual apresentará números positivos considerando a média dos últimos anos. Isto se reflete no avanço de 13% na moagem e aumento de 16% da área de plantio em comparação à safra anterior.

A partir de agosto, entretanto, devido à estiagem e altas temperaturas, a SCA Brasil projeta uma retração acentuada na produtividade dos canaviais. O índice Tonelada de Cana por Hectare (TCH) deverá cair de 88 para 78,5. Segundo previsões da Climatempo apresentadas na quinta edição da série de Lives “Conexão SCA Brasil”, as condições climáticas continuarão desfavoráveis até o final de setembro, com a incidência de chuvas somente em outubro.

“Em decorrência, as usinas encerrarão a safra precocemente, com a maioria finalizando a colheita até o início de novembro, o que resultará numa entressafra de quase cinco meses”, ressaltou Ono.

Projeções para os biocombustíveis e cogeração

Antes de apresentar possíveis cenários para a produção de biocombustíveis em geral nos próximos nove anos, o CEO da SCA Brasil referiu-se à crescente participação do etanol de milho na matriz de transporte nacional. “As projeções mostram que nos próximos anos o Brasil continuará expandindo a fabricação de etanol de milho, uma vez que além das 22 usinas já em operação, e que produzirão 8,0 milhões de m3 neste ano, prevê-se a construção de mais de 10 no curto prazo. Portanto, 10 milhões de m3 serão produzidos nos próximos dois anos”, pontuou Ono.

Sobre as projeções mais otimistas para os dois principais combustíveis renováveis no futuro, o executivo da SCA Brasil avalia que o Brasil ofertará 51 milhões de metros cúbicos (m3) de etanol em 2033, sendo que deste total 15 milhões de metros cúbicos (m3) serão a partir do milho. No caso do biodiesel, o consumo previsto para 2033 é de 83,5 milhões de metros cúbicos (m3), considerando-se a eventual mistura de 20% do produto no diesel de origem fóssil, que hoje é de 14%. Em 2024, o mercado nacional já demandou 67 milhões de metros cúbicos (m3) do biocombustível.

“O consumo do produto no segmento rodoviário continuará predominante. Soma-se a isso o fato de que a capacidade de refino no Brasil ainda será deficiente. Ou seja, o país continuará importando mais de 20% de Diesel A”, detalhou Ono.

De acordo com levantamento da União da Indústria de Cana-de-Açúcar e Bioenergia (Unica), 75% de toda a bioeletricidade utilizada pelo país em 2023 vieram do bagaço e da palha da cana-de-açúcar, que ofertaram 20.973 GWh. Uma geração que ajuda a preservar a água dos reservatórios das hidrelétricas nos meses mais secos do ano e, por consequência, evita o uso de termelétricas a carvão.

Durante reunião com executivos do Santander, Ono foi questionado se as usinas sucroenergéticas renovarão os contratos de cogeração, que terão vencimentos nos próximos anos, ou farão investimentos em etanol de 2ª geração. “As empresas permanecerão gerando bioeletricidade e exportando energia para a rede nacional, quer seja por contratos ou via mercado spot, mas paralelamente seguirão avaliando a evolução e as oportunidades de outros negócios lucrativos no futuro”, concluiu o CEO da SCA Brasil

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