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Condições climáticas devem limitar produção de cana em 622 milhões de toneladas

Colheita cana-de-açúcar (Foto/Ilustração)
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Estiagens prolongadas e aumento de temperatura serão os principais fatores para a redução de produtividade nos canaviais do Centro-Sul na safra 2024-2025. Diante disso, a SCA Brasil prevê que a atual safra fique entre 615 e 622 milhões de toneladas. Outros temas como fabricação de açúcar, crescimento da produção de etanol de milho, dados consolidados do ciclo agrícola em andamento e demais projeções estiveram em pauta na quinta edição da série de Lives “Conexão SCA Brasil”, realizada nesta quarta-feira (17/07).

Com transmissão ao vivo no YouTube e Linkedln, o programa contou com a participação do CEO da SCA Brasil, Martinho Seiiti Ono, e teve dois convidados especiais: o professor da Fundação Getúlio Vargas (FGV) e diretor de Inteligência Setorial da União da Indústria de Cana-de-Açúcar e Bioenergia (UNICA), Luciano Rodrigues, e a meteorologista da Climatempo, Dayane Figueiredo.

“Na safra corrente nota-se um regime de chuvas menor em relação ao que ocorreu no ano passado, agravado pela temperatura mais alta, inclusive durante o inverno em curso. Em agosto e setembro o tempo continuará seco, resultando em problemas de recuperação dos canaviais para uma safra vindoura. Além disso, há de se considerar uma entressafra maior, de quase cinco meses. Somente a partir de outubro as condições climáticas serão mais positivas, com a incidência de chuvas”, afirmou Ono.

Dados da Climatempo confirmam que em julho, agosto e setembro as chuvas estarão abaixo da média nas principais regiões produtoras. No mesmo período, as temperaturas seguirão elevadas, podendo ficar de 2 a 5 graus acima da série histórica.

“Quando se tem um El Niño de forte intensidade no primeiro semestre e no segundo semestre a chegada da La Niña, as chuvas geralmente demoram a retonar para o Centro-Sul”, explicou a meteorologista Dayane Figueiredo.

Segundo Luciano Rodrigues, mais de um terço da safra 2024-2025 já foi realizado. “Nas regiões produtoras, desde o final do ano passado até junho, com exceção do mês de março, a incidência de chuvas está muito abaixo da média. Considerando também as altas temperaturas, espera-se impacto na produtividade”, ressaltou o coordenador do Núcleo de Bioenergia do Observatório de Bioeconomia e coordenador acadêmico dos MBAs executivos em Agronegócio, ambos da FGV.

Produtividade e projeções

Cálculos da SCA Brasil apontam que o índice Tonelada de Cana por Hectare (TCH) vem apresentando uma tendência de queda. Segundo projeções da empresa, o TCH médio no final de julho deverá alcançar 88,3 de produtividade, inferior aos 94,1 verificados no processamento da safra 2023-2024. Outro dado da UNICA revela o impacto do clima seco nos canaviais. Em São Paulo e no Paraná houve retração de 4,8% e 8,7%, respectivamente, na produtividade agrícola da lavoura colhida em relação ao ciclo 2023-2024.

No acumulado desde o início da safra 2024-2025, de abril à segunda quinzena de junho, a moagem canavieira atingiu 238,40 milhões de toneladas ante 210,48 milhões de toneladas registradas no mesmo período no ciclo 2023-2024 – um avanço de 13,27%. “Nos últimos três meses observou-se um crescimento na produção de açúcar e etanol. A de açúcar, totalizando 14,20 milhões de toneladas, elevou-se em 15,7%, enquanto que a de etanol, com 11,02 bilhões de litros, cresceu em 13,5%”, detalhou Luciano Rodrigues.

O destaque, de acordo com o executivo, é o volume do biocombustível obtido a partir do milho, que já atingiu 1,8 bilhão de litros desde o início da safra, avanço de 25,9% em comparação ao mesmo período do ano passado.

Além de estimar uma produção entre 615 e 622 milhões de toneladas de cana na safra 2024-2025, projeções da SCA Brasil indicam um crescimento na área do canavial de 7.838 hectares (ha) versus 7.480 ha, um aumento de 4,8% em relação ao ano anterior. “Somente em junho avançamos 16% em área na comparação com o mesmo período de 2023. Trata-se de considerável acréscimo de quase 400 mil ha. Ou seja, já são 2.656 ha contra 2.288 do ano passado”, observa Martinho Ono.

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