Confira lançamentos destaque da Agrishow para transbordamento de cana

A 23ª edição da Agrishow, realizada entre os dias 01 e 05 de maio, em Ribeirão Preto, SP, trouxe alguns lançamentos interessantes para o segmento canavieiro e novas evoluções que poderão estar em breve disponíveis para usinas e produtores de cana-de-açúcar.

A operação de trasbordamento de cana-de-açúcar teve novidades por parte de várias companhias. A TMA Máquinas, empresa fabricante de plantadoras e implementos agrícolas com bastante foco no segmento sucroenergético, apresentou um solução que poderá ser uma verdadeira revolução para o transbordo de cana: o tratorbordo VT5022H, que conta com tração hidráulica, sem eixo dianteiro e mecanismo de transbordo.

O modelo, ainda Conceito, é flexível e permite acoplar e desacoplar qualquer trator do transbordo, a tecnologia retira o eixo dianteiro trator e passa para o eixo final do transbordo.  A transmissão auxiliar e o freio inercial eletrônico fazem com que o próprio trator freie sozinho ao perceber qualquer avanço do transbordo.

Em teste de campo, o consumo do equipamento se mostrou igual ao de um caminhão, da mesma forma, ou até menor. A companhia mediu litros por hectare ou hora. De acordo com Márcio Chiarato, engenheiro de produtos, explicou à RPAnews, que de seus três eixos traseiros, os dois últimos são auxiliares na tração, ajudando no transbordo, economizando até 40% de diesel, e ainda podem ser retirados e colocados à frente, se houver necessidade em desacoplar o transbordo do trator.

O equipamento poderá ser comercializado completo ou apenas o dispositivo que vai integrar o trator ao transbordo, qualquer trator de 140 cavalos é suficiente para puxar 22 toneladas.

“Esse conceito é usado em alguns países na Europa, ou seja, um trator menor puxando algo grande. Acreditamos que esse equipamento vai trazer um beneficio muito grande, tanto num investimento inicial, porque vai comprar um trator de pequeno porte com um transbordo de alta capacidade, com 22 toneladas de carga, inicialmente. O equipamento inteiro é tracionado pelo transbordo e não pelo trator”, explica Chiarato.

A companhia está finalizando o formato de negócio, mas deve disponibilizar a solução completa do trator mais o transbordo TMA com empresa parceira (Case Ih) ou tratores de outras marcas que o produtor  deseje. Ainda será possível adequar a frota caso o produtor já tenha um trator que possa ser adaptado para uso da tecnologia.

A linha de transbordos da TMA, que já conta com 11 modelos, com capacidade de carga de 10 até 40 toneladas, também deverá trazer em breve inovações tecnológicas como a eletrificação.  O transbordo, o VTT 5022, com 6 eixos e capacidade de carga de 22 toneladas,  terá duas novas versões: propulsor elétrico e transmissão hidráulica.

A versão com propulsão elétrica garantirá tração auxiliar, ou seja, impulso nas rodas. Isso significa que ele não será apenas puxado pelo trator, mas será ativo no movimento. De acordo com Chiarato, dessa forma propicia a diminuição do uso de combustível e, por consequência, uma menor poluição ambiental. Outra vantagem é que o transbordo poderá ser acoplado a um trator de porte menor, de 140 cv ao invés de 240 cv.

Transbordos da marca TMA agora podem vir, como opcional, com célula de pesagem. Além disso, também virão, em breve, com tecnologia de eletrificação. A versão com propulsão elétrica garantirá tração auxiliar, ou seja, impulso nas rodas. Isso significa que ele não será apenas puxado pelo trator, mas será ativo no movimento, garantindo segurança e redução no consumo de diesel.

O transbordo com transmissão hidráulica, também poderá ser puxado por um trator de menor porte, transportando o mesmo volume de carga. As vantagens dessa inovação são: economia de combustível e capacidade de superar facilmente os obstáculos. As tecnologias estão em validação e deve estar, até outubro desde ano, pronto para comercialização.

Mais uma novidade lançada nos transbordos e que já está disponível é a possibilidade de ter como opcional a célula de carga, uma tecnologia permite a pesagem da cana colhida em tempo real durante a operação.

A companhia Suspensys e a Megatec, representante da Randon, vem com a mesma ideia de eletrificar. Em parceria, as companhias lançaram o e-Sys,  modelo experimental de transbordo para cana com tração auxiliar elétrica, eixos de três metros de comprimento, gerador de energia movida a etanol, reduzindo emissões no meio ambiente e dando autonomia no armazenamento de energia.

“Isso significa menos custo”, diz o engenheiro da Suspensys, Tainan Mauri. O equipamento também tem sistema de resfriamento. O maquinário foi desenvolvido durante quatro anos e, desde a concepção, consumiu quase R$ 40 milhões.

A Grunner, desenvolvedora do primeiro caminhão transbordo para cana-de-açúcar do mercado, em parceria com a Mercedes, apresentou o transbordo caminhão com 30 toneladas de capacidade de carga.

“O 30 toneladas veio para somar e não substituir o outro modelo de 20 toneladas, que atende menores produtores. Como existem usinas e produtores com áreas de topografia favorável, tiro logo, essa tecnologia vem para somar e muito, ainda mais agora com a lei da balança de 91 toneladas, consegue-se rentabilizar muito mais a colheita de cana e diminuir a ‘matação de carga’, ganhando tempo e segurança operacional”, disse Leonardo Gomes, da Grunner.

O mercado de caminhão transbordo também deve contar com um novo player no mercado. A TMA apresentou seu modelo de caminhão transbordo para o segmento canavieiro. A parceria da companhia é para caminhões Volvo.

“A parceria com a Volvo, uma gigante no setor de caminhões, foi um namoro que deu em casamento. Juntamos a parte autonomia com a tecnologia da TMA. Temos um centro de tecnologia próprio de agricultura de precisão e toda automação é feita dentro da TMA. Vamos ter duas frentes de negócios. Vamos poder implementar em quem já tem caminhões Volvo e poderemos vender o caminhão transbordo completo para o cliente”, disse Chiarato, que não adiantou quando a tecnologia estará disponível comercialmente.

Natália Cherubin para RPAnews