Agrícola
Cooperativa e usina se unem para reforma de lavouras de cana-de-açúcar
A cooperativa agroindustrial paranaense Cocamar, e a Usina Cocal, por meio de sua unidade de Narandiba (SP), oficializaram uma parceria inédita. Após conversações e estudos para a formatação de um projeto, o que demandou cerca de um ano, a cooperativa vai administrar a produção de soja na safra de verão 2019/20 e um programa de reforma de 5,1 mil hectares de áreas de canaviais no entorno da usina.
O cultivo de soja será conduzido por 20 produtores selecionados pela cooperativa, que vai fornecer os insumos, prestar orientação técnica personalizada durante todo o ciclo da cultura e receber a safra nas suas unidades em Iepê e Cruzália (SP).
Dirigentes de ambas as empresas parceiras já se reuniram com os 20 produtores em Narandiba, no Centro de Desenvolvimento Humano (CDH) da usina, para uma apresentação formal do projeto.
O vice-presidente da cooperativa, José Cícero Aderaldo, destacou que a parceria é uma oportunidade para o aumento de plantio de soja e a expansão dos negócios da cooperativa na região e, ainda, para produtores cooperados e familiares que precisam ampliar suas áreas.
“Nosso foco também, como organização cooperativista, é contribuir para o desenvolvimento regional”, disse Aderaldo, acrescentando estar confiante de que o projeto será bem-sucedido e vai crescer nos próximos anos.
Por sua vez, o diretor-superintendente do grupo Cocal, Paulo Adalberto Zanetti, lembrou que as tratativas com a Cocamar começaram após uma visita do gerente de negócios da cooperativa, Marco Antonio de Paula. “Percebemos que havia sinergia entre as partes e avançamos para a estruturação do projeto”, relata.
Ele afirmou estar na expectativa de que a parceria seja duradoura, ressaltando que a usina, especializada no plantio de cana, preferiu confiar o cultivo de soja para quem tem expertise no assunto.
Outra vantagem, segundo Zanetti, é que a Cocal, em vez de lidar com cada produtor de soja, estará tratando apenas com a Cocamar, responsável pelo arrendamento. A cooperativa designou para isso o engenheiro agrônomo César Gesualdo, coordenador de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF).
Meiosi e rotação de culturas
Do total de área arrendada, 4,1 mil hectares terão uso de meiosi (Método Interrotacional Ocorrendo Simultaneamente), que permite acelerar a adoção de novas variedades mais produtivas e modernas, resultando em aumento de produtividade.
Gesualdo explica que foi efetuado o plantio de milheto em áreas de meiosi, para proteção do solo com palha, o que será dessecado quando completar 60 dias. Os mil hectares restantes vão ser cultivados com plantio direto em palha de cana.
Segundo o diretor agrícola da Cocal, Gilson Christofoli, dentro do sistema de meiosi é possível intercalar lavouras de interesses econômico e agronômico como a soja, reduzindo os custos de implantação do canavial e melhorando a produtividade por meio da rotação de cultura com o uso de uma leguminosa. Além disso, o sistema protege o solo contra erosão no período de renovação do canavial.
Arrendatários
Os produtores arrendatários representam sete municípios dos estados de São Paulo e do Paraná. Os irmãos Wanderlei e Waldenir Simeão Machado plantam 484 hectares na região de Assis (SP), onde são assistidos pela unidade da cooperativa em Cruzália.
Eles arrendaram 217,8 hectares das terras da Cocal e se dizem animados.
“É uma oportunidade que não poderíamos deixar passar”, comentou Wanderlei, mencionando que eles já têm experiência com arrendamento.
Outro arrendatário é Aganmenon Paduan, de Centenário do Sul (PR), onde cultiva 309,7 hectares. “Peguei 70 alqueires [169,4 hectares], que ficam a 100 km de distância de minha cidade, ou seja, é relativamente perto e vale a pena”, citou. (Sistema Ocepar
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