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Edição 191

Editorial – Procrastinação

Publicado

em

Ricardo Pinto

Ao fazer as suas contas, a noiva percebe que vai ficar menstruada no dia do seu casamento. Desesperada, sem saber como contornar a situação e sem coragem de contar este fato ao noivo, pede que a mãe tente adiar a cerimônia telefonando para ele.

– Impossível, dona Izildinha – diz o noivo ao saber da notícia, completando: “já está tudo arranjado, igreja, padre, festa… Que ideia mais maluca!”

– Sabe o que é… – hesitou a mãe da noiva, “é que a Raimunda vai estar menstruada durante a Lua de Mel”.

– Ora… é só por causa disso? Diga para Raimunda ficar tranquila. O amor que eu sinto por ela é platônico e isso não vai abalar a nossa relação.

Assim que a mãe desliga o telefone, vira-se para a filha e diz:

– Ele quer casar na data marcada mesmo. Disse que o que sente por você é amor platônico e que não é este probleminha que vai abalar o casamento.

– Sei… mas, Amor Platônico?! O que é isso, mamãe?

– Eu também não sei. Mas, em todo caso e por segurança, acho melhor você levar uma lata de vaselina!

Independentemente do motivo ou razão que o induza a procrastinar, ou seja, a adiar uma tarefa ou compromisso importante, o que se espera é que você faça como o noivo da nossa história e opte por fazer o que deve ser feito no prazo estabelecido.

Benjamin Franklin, que foi diplomata, escritor, jornalista, filósofo e cientista, além de ter assinado a Declaração da Independência e a Constituição norte-americanas, dizia: “Nunca deixe para amanhã o que você pode fazer hoje”.

Ninguém duvida que a procrastinação atrasa nossas vidas e nos traz muita frustração. Mas, então, por que procrastinamos? E por que alguns procrastinam muito mais do que a maioria?

Vale dizer que as pessoas que adquiriram o hábito de procrastinar tornam-se vítimas dele. Elas sofrem e ficam atormentadas com as tarefas e compromissos cujos prazos estão vencendo. Daí, passam a acreditar que não mais serão capazes de atender o prazo, o que lhes gera ansiedade e estresse.

As principais razões de se procrastinar são: perfeccionismo, preguiça, falta de motivação e medo do desconhecido.

Uma primeira dica, caso você seja um procrastinador e queira deixar de sê-lo, é de identificar a principal causa que o faz ser assim.

A partir da identificação da causa, com determinação e disciplina você conseguirá eliminar este hábito perigoso.

Por exemplo, se você é procrastinador por ser perfeccionista, dê a si mesmo a permissão de ser e agir de maneira imperfeita. Cobre-se menos do que faz. Se você deixar de desejar a perfeição, uma onda de produtividade irá lhe aparecer.

Mas se você tem preguiça, ela normalmente advém de nos defrontarmos com tarefas muito complexas. Uma dica? Divida a tarefa em partes, o que facilitará a execução dos trabalhos.

E quando há falta de motivação? Normalmente, quando nos focamos muito num resultado final, acabamos perdendo de foco o processo, o que nos desmotiva. Se desejamos emagrecer 20 kg – resultado final bem desafiador! -, seremos tentados a pensar que a caminhada de hoje não é suficiente para alcançar este objetivo… e nos desmotivaremos, deixando de fazê-la. Procure focar no processo – no caso, caminhar diariamente – e no progresso que você vem conseguindo neste processo – “já estou andando faz 60 dias consecutivos!” -, mas não no objetivo final.

Já para aqueles que têm medo do desconhecido, nada com um bom planejamento. Elabore um planejamento e um cronograma das atividades para cada tarefa que você precisa realizar. Então, monitore o andamento das atividades, compare com o planejamento e faça ajustes conforme seu auto aprendizado for ocorrendo frente ao desconhecido, de forma a garantir o progresso sem receios e nem atrasos.

Aliás, esta dica de fazer um planejamento com cronograma e depois monitorar seu progresso é válida para qualquer que seja a causa de sua procrastinação. Afinal, a solução da procrastinação sempre é gerenciar melhor o seu tempo.

Por fim, vale lembrar aos procrastinadores que eles devem se conscientizar de que a pessoa mais prejudicada com os adiamentos é justamente quem adia. Quanto antes realizarmos uma tarefa e nos livrarmos dela, mais cedo desfrutaremos da sensação de alívio e do prazer de estarmos realizados, pois o dever foi cumprido.

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