Home Últimas Notícias Empresa testa geração de energia limpa com etanol de cana em projeto inédito
Últimas Notícias

Empresa testa geração de energia limpa com etanol de cana em projeto inédito

Compartilhar

Parceria entre Energética Suape II e finlandesa Wärtsilä pode revolucionar o uso de biocombustíveis na geração termelétrica

O Grupo Econômico 4M, liderado pelo empresário Carlos Alberto Mansur Filho, firmou uma parceria inovadora com a gigante finlandesa Wärtsilä para testar a geração de energia elétrica em larga escala utilizando etanol de cana-de-açúcar. O projeto pioneiro será realizado na Usina Termelétrica (UTE) Suape II, localizada no Complexo Portuário de Suape, e representa um avanço na busca por alternativas sustentáveis para o setor energético.

A Wärtsilä trouxe ao Brasil um motor de 4 MW de capacidade que funcionará ininterruptamente por 4 mil horas a partir de abril de 2026. O equipamento, registrado no primeiro trimestre de 2025, é o primeiro no mundo projetado para gerar eletricidade em escala comercial usando etanol como combustível principal.

“Estamos comprometidos com inovação e soluções sustentáveis”, afirmou Mansur Filho ao Jornal do Comércio de Pernambuco. “O etanol é renovável e amplamente disponível no Nordeste, o que abre perspectivas para converter motores que hoje usam óleo, diesel ou gás natural”.

A UTE Suape II, atualmente a maior termelétrica a óleo do Brasil, foi escolhida por sua infraestrutura e operação supervisionada pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS). A planta, que começou a operar em 2013 com capacidade de 381,2 MW, é mantida pela Wärtsilä e utiliza tecnologia de ponta para maximizar eficiência e reduzir emissões.

O projeto surge em um momento estratégico: o governo federal incluiu recentemente o etanol como combustível autorizado em leilões de energia. Mansur Filho planeja participar dos próximos editais e estuda construir uma nova usina movida exclusivamente a etanol no mesmo complexo ou converter a estrutura existente.

Potencial global

Anders Lindberg, presidente da Wärtsilä Energy, destacou ao Jornal do Comércio que o etanol pode acelerar a descarbonização do setor elétrico. “É uma solução escalável, de fácil transporte e com disponibilidade global”, afirmou. Dados da empresa indicam que a geração elétrica com biocombustíveis deve saltar de 700 TWh (2,4% do total) em 2023 para 1.250 TWh (3,2%) até 2030.

Impacto para o setor sucroenergético
O projeto cria uma nova frente de demanda para o etanol brasileiro, especialmente no Nordeste, região com forte produção canavieira. A iniciativa também reforça o papel das térmicas como complemento às fontes intermitentes (eólica e solar), oferecendo energia de potência com menor pegada de carbono.

Os testes, que durarão dois anos, visam comprovar a confiabilidade e eficiência do motor. Se bem-sucedidos, podem inaugurar uma nova era para as termelétricas verdes no Brasil e no mundo. Enquanto isso, o Grupo 4M aguarda a definição do marco regulatório para biocombustíveis na geração de energia antes de decidir sobre expansões.

Compartilhar
Artigo Relacionado
Últimas Notícias

Polícia suspeita que etanol batizado com metanol foi usado em bebidas adulteradas

Segundo delegado do DPPC, porcentagem alta de metanol em amostras, de até...

Últimas Notícias

Tereos vai investir para irrigar 20% de seus canaviais e deixa de lado aposta no biogás

Objetivo é ter um seguro contra a escassez de chuvas que tem...

Setor sucroenergético seleção natural
Últimas Notícias

Com açúcar em baixa, usinas de cana “viram a chave” para o etanol

Embora faltem dois meses para o fim da moagem da safra, agentes...

Últimas Notícias

Biometano: produção deve triplicar até 2027, segundo a Copersucar

Um estudo da Copersucar aponta que o Brasil vive um ponto de...