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Etanol é uma das vias importantes para a descarbonização

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Diante de um dos mais importantes desafios do século, a Descarbonização, o etanol deverá ser uma importante solução global, que poderá complementar diversas rotas, levando em consideração as realidades de cada região.

“O setor de transportes é responsável por 25% das emissões globais.  Com uma demanda global que deve crescer 25% até 2050, temos que descarbonizar a matriz de transportes. Não vai haver uma solução única para Descarbonização. Vamos ter diversas alternativas, a depender da região e da competitividade dos países. O etanol seguramente será uma delas e, nesse sentido, procuramos trabalhar essa agenda em diversas partes do mundo, porque sabemos que o etanol é responsável por 90% de redução de emissões quando comparada a gasolina. Então o etanol não pode ficar de fora dessa equação”, disse o diretor executivo da Unica (União da Indústria da Cana-de-Açúcar), Eduardo Leão de Sousa.

Segundo o executivo, atualmente mais de 100 países têm condições de produzir biomassa a partir da cana-de-açúcar de forma competitiva e sustentável. “As soluções vão ser múltiplas dependendo da competitividade e das condições de cada país. Não podemos deixar de mencionar, particularmente no momento que estamos vivendo, a necessidade da redução da dependência de produtos fósseis. Em um momento em que o mundo demanda energia, temos que pensar na diversificação e complementariedade”, disse Leão.

Debate sobre “Etanol e Biometano na COP 26’, durante evento da Datagro

O ministro do Ministério do Meio Ambiente, Joaquim Leite, destacou que o Brasil tem uma participação significativa na rota do futuro da mobilidade de baixo carbono e o etanol é parte importante nesse processo.

“Temos um desfio global de energia e esse desafio traz um paradoxo que é reduzir as emissões de gás de efeito estufa ao mesmo tempo que você garante a segurança energética para todo o planeta. O Brasil neste momento tem uma oportunidade única de transformar o desafio climático, fazer mais energia e energia limpa e renovável. Uma rota única, elétrica, pode até ser uma realidade para algum país, mas não é uma rota única para um país chamado Brasil e não é uma realidade para o mundo. Nós defendemos todas as rotas”, disse.

Biogás e Biometano

Christopher Podgorski, presidente e CEO da Scania na América Latina, disse que o setor de transporte é parte do problema de emissão de gases de efeito estufa, mas também será parte da solução para um futuro carbono neutro. “E isso passa necessariamente pela vocação do Brasil no agronegócio e na oportunidade de geração de energia limpa”, reforçou o executivo.

Ainda de acordo com ele, a partir dos resíduos do agronegócio será possível atender 35% da demanda energética no Brasil, substituir em 70% do consumo de diesel e 50% da matéria-prima virá do setor sucroenergético para produção de biogás.

“Vamos transformar um passivo ambiental em biometano e utilizar esse passivo ambiental em recurso ativo energético verde. Fechamos o ciclo do carbono e promovemos economia circular, transformando o resíduo em ativos precioso”, disse Podgorski.

De acordo com ele, o Brasil está indo em um caminho de bom entendimento. “Temos alianças e vários trabalhos maravilhosos feitos pelo Governo Federal. Precisamos ganhar escala e velocidade na busca da transição energética. Estou falando de políticas claras de incentivo. Esse é o caminho. A tecnologia está pronta, quem quiser um veículo elétrico, a gás ou hidroelétrico temos. Tecnologia não é o problema. O desafio é fazer o casamento da tecnologia com a energia limpa disponível. Poucas vezes eu vi um business case tão favorável como é o caso do biometano”, disse o CEO da Scania, que já oferece ao mercado caminhões e ônibus que podem rodar com uso de biometano.

A transformação do resíduo – no caso das usinas sucroenergéticas, a vinhaça –  em ativo energético nobre pode ampliar a receita bruta da atividade sucroenergética de 15 a 20%, disse o executivo.

Por Natália Cherubin

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