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Opinião

Exaustão profissional: cuide-se para que sua carreira não seja afetada

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Por: David Braga

Você sabia que a exaustão profissional chegou a patamares assustadores? O estresse crônico tem sido o causador e principal vilão para trabalhadores de todos os nichos, levando o corpo e a mente ao esgotamento. Estima-se que mais de 33 milhões de brasileiros enfrentem.

A fadiga ocupacional foi reconhecida pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como síndrome de burnout. Oficializada em maio de 2019 ela é uma síndrome crônica, sendo retratada, inclusive, como o novo mal do século.

É um tanto quanto contraditório perceber que caminhamos para um mundo ainda mais digital, mais robotizado e com mais automação, exatamente para liberar as pessoas das tarefas repetitivas.

Apesar disso, vemos de forma exponencial crescer o número de profissionais chegando ao nível máximo de esgotamento, ou mesmo adoecerem, impactando diretamente em seu dia a dia, seja no âmbito profissional ou pessoal.

Fato é que as empresas estão cada vez mais se reestruturando, em busca de high performance e menor número de pessoas. Este dimensionamento, quando não bem estruturado de forma estratégica, pode até funcionar em curto prazo, mas a médio prazo poderá impactar na entrega dos resultados corporativos, sobretudo, na perenidade da organização.

Se a fidelidade de uma vida de carreira profissional dedicada à mesma empresa já caiu em desuso, cada vez mais as pessoas estão buscando um equilíbrio entre a vida profissional, pessoal e espiritual, buscando por empresas que tenham aderência com seus propósitos e valores.

E nesta intensa busca, com pitadas de insatisfação onde se está, surge a “dança das cadeiras”, com profissionais saindo de suas atuais empresas para novos desafios, nem sempre para um melhor salário, mas talvez, para um melhor clima de trabalho ou desafios mais atrelados ao seu momento profissional ou pessoal.

Vivemos em um mundo cada vez mais competitivo, mais disruptivo e com clientes cada vez mais exigentes, sendo necessário caminhos alternativos, não apenas para atendê-los, mas também, para surpreendê-los cada vez mais. Afinal, se você não o fizer, seu concorrente o fará. A carga de cobrança é alta, tanto para executivos quanto para os demais profissionais.

Por isso, é preciso cuidado! Se você está com dificuldade para se concentrar, lembrar das coisas, anda sempre irritado, ansioso, desmotivado, com intensas dores de cabeça, se sente inseguro, com pressão alta e deprimido fique atento, pois estes são alguns dos vários sinais de que você pode estar a um passo da exaustão. Esses sintomas mostram que seu corpo está lhe enviando evidências, então, é hora de criar estratégias para minimizar a situação.

Exaustão profissional: estima-se que mais de 33 milhões de brasileiros enfrentem a fadiga ocupacional conhecida como síndrome de burnout.

Nesse cenário de exaustão, perdem as duas partes: a empresa e o profissional. Do lado da empresa, o profissional vai adoecer mais e entregar menos resultados, então, proporcionar ambientes saudáveis, dar metas factíveis e exercer lideranças conscientes quanto aos níveis de cobrança são fatores muito importantes para minimizar a fadiga dos colaboradores. É essencial tentar, dentro do possível, oferecer o mínimo de qualidade de vida e com equilíbrio.

No que diz respeito ao profissional, é preciso estar atento aos sinais de que algo não vai bem! Avalie se seu estilo de vida é o que você quer e, se necessário, busque a ajuda profissional de um psiquiatra ou psicólogo, por exemplo.

Eles poderão lhe auxiliar quanto aos melhores caminhos e até mesmo, medicá-lo se necessário. É também importante que você entenda os feedbacks de amigos e parentes. Se lhe disserem que você anda muito irritado, já pode ser uma evidência importante.

Diante de todo esse panorama, sempre saliento a importância do autoconhecimento, uma vez que essa é uma das habilidades mais imprescindíveis para o sucesso de uma pessoa.

A forma como você se comporta e responde a situações externas é regida por processos mentais internos. Então, conseguir identificá-los e compreendê-los é essencial para ter uma vida mais saudável e equilibrada.

Como o próprio nome diz, o autoconhecimento faz com que as pessoas se conheçam e, a partir disso, tenham consciência sobre o que se passa em sua mente e como isso afeta sua vida.

E ao ter ciência de seus hábitos e pensamentos é possível identificá-los como bons ou não desejáveis e assim, trabalhar para que tais costumes sejam mais ou menos frequentes e poderosos. Uma pessoa com mais entendimento sobre seu interior poderá usar isso para se desenvolver e evoluir – seja na vida amorosa, pessoal ou profissional.

Conhecer suas competências, habilidades e pontos a desenvolver são fatores essenciais que nortearão suas decisões e ações. Seja por meio de testes avaliativos (também conhecidos como assessment); ou via um processo eficiente de coaching; ou ainda; com terapia, o autoconhecimento lhe proporciona novos caminhos.

Ou seja, se conhecendo mais é possível saber o que você quer e o que não quer, com muito mais clareza. Ao mesmo tempo, o autoconhecimento poderá ajudá-lo a refletir se o ambiente em que está vai de encontro aos seus valores e propósitos de vida. Ir contra a sua natureza é dar um passo ao esgotamento mental e, consequentemente, à baixa performance.

Ao se conhecer melhor você abre um leque de oportunidades para buscar a sua felicidade, tema que inclusive tem ganhado imensa discussão em todos os fóruns ao redor do mundo.

Novas experiências só aparecem para aqueles que estão dispostos a encarar cada oportunidade com unhas e dentes, sem medo, mesmo que seja para sair da sua atual situação.  Para isso, é preciso arriscar e só dá esse passo quem pratica o autoconhecimento.

Avalie também quanto tempo você tem dedicado para si e para coisas que te energizam, geram disposição e aumentam seu estado de ânimo. Esteja próximo de pessoas e ambientes que possam proporcionar isso, impactando positivamente no seu dia a dia.

Você sabia que usualmente as pessoas que tendem a adoecer com frequência são as mais exigentes, perfeccionistas, imediatistas e que não conseguem delegar funções?

A minha sugestão é que você busque constantemente uma vida com equilíbrio entre trabalho, vida pessoal, espiritual e social. E já que você não tem sete vidas, como um gato, que tal aproveitar com sabedoria esta que você tem?

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*David Braga é CEO, Board Advisor e Headhunter da Prime Talent (empresa de busca e seleção de executivos de média e alta gestão, que atua em todos os setores da economia na América Latina, com escritórios em São Paulo e Belo Horizonte). Ao longo de sua carreira, já avaliou mais de 6 mil executivos de alta gestão, selecionando para clientes Latam. David é colunista da BandNews FM, tem formação de Conselheiro de Administração pela Fundação Dom Cabral (FDC), possui certificação de Executive Coach pela International Association of Coaching e é practitioner em Micro Expressões e Programação Neurolinguística. O executivo tem vivência internacional em Trinidad and Tobago, Londres, África e Estados Unidos.

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