Natália Cherubin
No mês de abril, houve uma diferença no comportamento das chuvas entre os estados de Goiás e São Paulo. Enquanto em Goiás, a precipitação para o mês foi 20% acima da média histórica, em São Paulo, o volume de chuvas foi escasso e bem abaixo da média histórica para o mês.
Ainda assim, de acordo com o Boletim de Monitoramento de Cana-de-açúcar do LNBR (Laboratório Nacional de Biorrenováveis), um dos quatro Laboratórios do Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM), o balanço hídrico climatológico de ambos os estados permanece majoritariamente positivo ou em estado de equilíbrio e não apresenta déficit hídrico superior a 10 milímetros.
Segundo o LNBR, em Goiás, ainda é possível observar algumas regiões com excedentes, devido ao maior volume de chuvas atípico para o mês. No Estado de São Paulo, o vigor vegetativo dos canaviais apresentou queda, porém, permaneceu próximo da média histórica registrada para o período.
“Os valores de NDVI em queda desde o mês anterior para algumas microrregiões no estado de Goiás, também diminuíram neste mês. Para os próximos meses espera-se que, tanto o balanço climatológico quanto o vigor vegetativo da cultura, comecem a apresentar valores negativos e/ou abaixo da média histórica devido ao início do período de estiagem”, disseram os analistas do LNBR.
São Paulo
No Estado de São Paulo a precipitação total do mês de abril foi de 27 mm, com os eventos de chuva concentrados nos primeiros 15 dias do mês. Este valor foi 60% abaixo da média histórica para o mês, de acordo com o Boletim. Com isso, o balanço climatológico de São Paulo retornou em sua totalidade para o estado de equilíbrio, com déficits e excedentes hídricos de até 10 milímetros.
“Neste mês de abril, todas as mesorregiões do Estado de São Paulo apresentaram valores de precipitação inferiores à média histórica. Seguindo a tendência das chuvas, os valores de NDVI em todas as mesorregiões também apresentaram valores inferiores à média histórica”, afirmam os analistas do LNBR.
Devido às chuvas atípicas que ocorreram nos meses anteriores, principalmente no mês de fevereiro, o Estado de São Paulo entrará no período de estiagem com um vigor vegetativo ainda próximo da média histórica. Espera-se nos próximos meses, com a diminuição das chuvas, uma maior queda do vigor vegetativo da cana-de-açúcar.
Goiás
No mês de abril, as chuvas no estado de Goiás resultaram em um volume de 103 mm, valor 20% acima da média histórica para o mês. Sendo assim, ainda é possível observar áreas (azuis) com excedente hídrico de até 33 milímetros no balanço climatológico da região em estudo. Porém, como esperado para o início do período de estiagem, o balanço hídrico tem retornado majoritariamente ao seu estado de equilíbrio (déficits e excedentes de até 10 milímetros).
No estado de Goiás, os valores de precipitação no mês de abril apresentaram variação de uma microrregião para a outra, predominando, porém, valores acima da média histórica registrada.
Anápolis, Ceres, Anicuns, Goiânia e Vale do Rio dos Bois apresentaram valores de precipitação superiores às médias históricas, sendo que as demais apresentaram valores inferiores.
Mesmo com este aumento na precipitação, o vigor vegetativo da cultura não está totalmente recuperado para as microrregiões de Goiás e Quirinópolis.
Sudoeste de Goiás, Vale do Rio dos Bois, Meia Ponte e Anápolis seguem em estabilidade dentro da média histórica dos valores de NDVI e Anicuns, Ceres e Catalão apresentaram valores superiores à média. Com a aproximação da estiagem e a escassez típica das chuvas, espera-se uma queda no vigor vegetativo da cultura, principalmente para as regiões de Quirinópolis e Goiânia.