Tecnologia auxilia agricultor na identificação de mais de 100 espécies de plantas daninhas
Os custos com defensivos agrícolas para o controle de plantas daninhas na produção de cana-de-açúcar podem representar até 8% do total investido por tonelada colhida. A informação foi apresentada pelo sócio-diretor do Pecege Consultoria e Projetos, João Botão, durante palestra sobre custos de produção na safra 2023/2024.
De acordo com Botão, os custos totais de uma lavoura nesta safra chegaram a R$ 146 por tonelada colhida. Os 8% referentes aos defensivos fazem parte dos 27% destinados a insumos agrícolas, que incluem fertilizantes (11%), mudas (4%), corretivos (3%) e outros (1%).
“Os números mostram que o produtor ainda tem um custo relativamente alto com esses produtos. Ajudar o proprietário da lavoura a reduzir esse montante é o trabalho da Taranis, por meio do uso da inteligência artificial, que pode orientá-lo a fazer um uso mais assertivo dos defensivos, sem desperdício de produtos e com maior probabilidade de sucesso na eliminação das plantas daninhas”, ressaltou o especialista.
Em evento foi patrocinado pela Taranis do Brasil, Botão afirmou que a tecnologia fornecida pela companhia permite identificar a presença e a proporção de infestação na lavoura. Ele mostrou três cenários diferentes em que a IA diagnosticou as espécies invasoras, suas localizações e a área comprometida.
“No primeiro cenário, em solo arenoso, com altura de corte de 30 cm e em pousio, a IA apontou a presença de braquiária (63,70%), digitária (5,14%), capim favorito (0,61%), guanxuma (0,59%), grama seda (0,29%), mamona (0,21%) e euphorbia (0,01%). No caso da braquiária o nível de infestação era alto, seguido por um nível médio da digitária. Em relação às ervas daninhas restantes o nível era baixo”, contextualiza.
No segundo cenário, em solo argiloso, com altura de corte de 60 cm e em pré-fechamento de linha, o especialista ressalta que foi possível detectar a presença de corda-de-viola (9,48%) e capim colonião (8,76%) em níveis de infestação médios, e braquiária (0,55%) em nível baixo.
Já no terceiro cenário, também em solo argiloso, mas com altura de corte de 80 cm e em pré-colheita, a IA mostrou a presença de mucuna (8,81%), capim colonião (5,22%), folha larga (4,68%) e grama seda (1,22%). As três primeiras plantas daninhas apresentavam índice de infestação médio, e a última nível baixo.
“O uso da IA representa uma mudança na atitude do produtor, que deve se permitir testar novas tecnologias. A inteligência artificial fornece uma medição precisa, com maior cobertura e confiabilidade, oferecendo uma visão mais abrangente das condições da lavoura”, destacou Botão.
Câmeras de alta resolução e metodologia exclusiva
Presente há cinco anos no Brasil, a Taranis cresceu mais de 300% no país nos últimos três anos. A empresa opera com câmeras de alta resolução instaladas em drones e aeronaves Cessna 172, gerando imagens que detalham as áreas impactadas, o tipo e grau do problema e a presença de ervas daninhas.
Cada avião pode mapear até 2.000 hectares por dia, capturando imagens de precisão foliar e de grande cobertura. A IA da Taranis é capaz de identificar mais de 100 espécies de invasoras, além de diagnosticar doenças e deficiências nutricionais.
“Com nossa metodologia exclusiva, podemos detectar o aumento de plantas daninhas, revisar práticas agrícolas e orientar a escolha do herbicida e da dosagem adequados para o controle”, afirmou o gerente-geral da Taranis do Brasil, Fábio Franco.