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Incêndios destruíram quantos milhares de hectares de cana? O que está por trás das queimadas?
Encontro promovido pela Canaoeste e GMG Ambiental discutirá as verdadeiras causas dos incêndios que devastaram canaviais em São Paulo e os impactos no setor sucroenergético
A Canaoeste reunirá nesta quinta-feira (26), produtores, usinas, pesquisadores, representantes do poder público e ambientalistas para esclarecer as causas dos incêndios que já destruíram milhares de hectares de cana-de-açúcar no estado de São Paulo, entre o final de agosto e o início de setembro, conforme levantamento da União da Indústria de Cana-de-Açúcar e Bioenergia (UNICA).
Realizado em parceria com a GMG Ambiental, o evento acontecerá na sede da associação, em Sertãozinho-SP, e contará com a participação de importantes entidades do setor, como a União da Indústria de Cana-de-Açúcar e Bioenergia (UNICA), Organização de Associações de Produtores de Cana do Brasil (ORPLANA), Usina da Pedra, Raízen, FAESP / Sindicatos Rurais, União Nacional da Bioenergia (UDOP), Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo (SAA), Secretaria de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística (SEMIL), Defesa Civil, Agroicone, Associação Brasileira do Agronegócio –(ABAG), Coordenadoria de Assistência Técnica Integral (CATI), Departamento de Águas e Energia Elétrica (DAEE) e SOLIDARIEDAD.
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“Será uma oportunidade única para reunir todos os elos da cadeia produtiva e esclarecer à sociedade as verdadeiras causas dessas queimadas, que atingiram não só canaviais, mas pasto, vegetação, etc. Em nossa região, praticamente 100% da colheita da cana é mecanizada, e os incêndios representam um prejuízo significativo tanto econômico quanto ambiental”, ressaltou Almir Torcato, gestor executivo da Canaoeste.
A queima da palha da cana como método de colheita já foi banida há mais de dez anos, em 2014. A lei previa que isso fosse acontecer em 2020, mas o setor atendendo a um protocolo firmado com o governo do Estado de São Paulo, baniu essa prática. “A cana queimada representa um grave prejuízo para o setor”, afirma Torcato.
Durante o encontro, serão apresentados dados detalhados sobre os incêndios recentes, considerados os mais severos já enfrentados pelos produtores de cana-de-açúcar do estado. O evento trará também um diagnóstico feito pelo consultor ambiental Olivaldi Azevedo e uma análise meteorológica do período, a ser conduzida pelo meteorologista Marcelo Romão, um dos mais respeitados do Brasil.
“Pitangueiras, Altinópolis e Sertãozinho fazem parte da região sucroenergética do estado mais atingida por incêndios neste último mês. Em praticamente 100% das cidades que registraram 100 ou mais focos de queimadas estavam localizadas em áreas cuja principal cultura agrícola era a cana-de-açúcar”, ressalta Azevedo. O consultor ambiental comenta ainda que as ondas de calor estão cada vez mais persistentes, intensas e constantes, uma situação que poderá proporcionar novos recordes de queimadas nos próximos anos.
Além de analisar o impacto dos incêndios recentes, o evento promoverá discussões sobre as previsões para os próximos meses e estratégias de mitigação. Entre os temas centrais está a necessidade de criar políticas de prevenção mais eficazes e de aumentar a conscientização sobre a gravidade dos incêndios que afetam tanto a produtividade quanto o meio ambiente.