Os preços do etanol hidratado encerraram a última semana praticamente estáveis no mercado paulista, segundo dados do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada). De 22 a 25 de abril, o Indicador CEPEA/ESALQ fechou em R$ 2,7080 por litro (líquido de ICMS e PIS/Cofins), uma leve queda de 0,22% em relação ao período anterior.
A proximidade do feriado do Dia do Trabalho não impulsionou significativamente os negócios com etanol hidratado em São Paulo. De acordo com o Cepea, a retração dos compradores reflete expectativas de aumento da oferta nas próximas semanas, com a intensificação da moagem da safra 2025/26 e um possível reajuste negativo nos preços da gasolina — fatores que reduzem o apetite das distribuidoras.
Outro elemento de influência citado pelos pesquisadores é a mudança nas alíquotas do PIS/Cofins prevista para 1º de maio, que também reforça o comportamento cauteloso dos agentes. Apesar do avanço gradual da safra, as chuvas em regiões produtoras seguem dificultando a colheita, limitando assim uma elevação mais expressiva da oferta de etanol hidratado no spot.
Comparativo com a semana anterior mostra desaceleração da queda
Na semana anterior, de 14 a 17 de abril, o etanol hidratado já havia apresentado recuo, com o Indicador CEPEA/ESALQ fechando a R$ 2,7140/litro — uma queda mais expressiva, de 1,17% frente ao período anterior. Já o etanol anidro seguiu caminho oposto, com valorização de 2,27%, encerrando o período em R$ 3,1508/litro (líquido de impostos, sem PIS/Cofins).
À época, o Cepea destacava que o mercado operava com forte cautela. A entrada do produto da nova safra já começava a pressionar os preços do hidratado, enquanto a atenção do setor se voltava ao fechamento de contratos envolvendo etanol anidro, em meio à preocupação com as oscilações no preço internacional do petróleo e seus reflexos sobre o valor da gasolina nas refinarias brasileiras.
Análise de cenário
O recuo mais moderado do etanol hidratado na última semana (0,22%, ante 1,17% na anterior) sugere uma desaceleração do movimento de baixa, o que pode indicar uma transição para maior estabilidade no curto prazo. No entanto, o comportamento do mercado continua sendo ditado por uma combinação de fatores sazonais — como a entrada da nova safra — e regulatórios — como a mudança no PIS/Cofins.
Com a aproximação de maio e a continuidade das chuvas limitando o ritmo da moagem, a expectativa é de que a liquidez melhore nas próximas semanas, mas ainda sob a influência de incertezas quanto aos preços da gasolina e ao comportamento da demanda.