Home Agrícola Meu canavial floresceu. O que devo fazer agora?
AgrícolaÚltimas Notícias

Meu canavial floresceu. O que devo fazer agora?

Compartilhar

*Rodrigo Vinchi e Rogério do Nascimento

O florescimento em cultivares comerciais de cana-de-açúcar é um fenômeno indesejável e que afeta negativamente a produtividade dos canaviais. Esse fenômeno é determinado por uma complexa equação que contém variáveis climáticas como: fotoperíodo, temperatura, radiação solar, e umidade do solo.

Somada aos fatores climáticos, a questão geográfica também é preponderante quanto ao risco de florescimento, onde o período indutivo pode ser maior ou menor em função da latitude a qual se localizam as regiões produtoras de cana.

Uma vez florescida, quanto mais tempo a cana ficar no campo, maior será o risco que desses canaviais serem impactados pelas intercorrências ocasionadas pelo florescimento e consequentemente maior poderá ser o comprometimento na produtividade (TCH e ATR).

Desta forma, o acompanhamento das variáveis que determinam o processo de florescimento é fundamental para que se possa antever a ocorrência deste fenômeno e assim fazer uso de medidas contingenciais (ajustes no planejamento de colheita e/ou uso de produtos químicos para inibição do processo de diferenciação floral).

Dado o contexto climático observado no período indutivo para a maioria das regiões produtoras no Centro-sul brasileiro, já é possível visualizar com certa frequência as primeiras “flechas” (inflorescências).

Essa situação corrobora com o alerta emitido pela Agrymax e destacado pela Planiagro nas visitas e palestras realizadas a respeito do tema florescimento, onde os modelos matemáticos já indicavam altas probabilidades de ocorrência do fenômeno neste ano agrícola em praticamente todas essas regiões produtoras.

Para as áreas que receberam o tratamento com inibidor de florescimento, seguindo as recomendações de bula dos seus respectivos fabricantes, não haverá problemas.

Todavia, para as áreas não tratadas e com programação de colheita para o segundo semestre de 2023, algumas ações de planejamento se fazem necessárias visando mitigar as perdas.

Nesse contexto, colocamos algumas priorizações a serem seguidas:

1)  Continuar a colheita das cultivares precoces ainda não colhidas e que florescem (exemplo: RB966928);

2)  Seguir a colheita de outras cultivares precoces (CTC9001, RB966928, RB855453, RB855156, etc);

3)  Canaviais maturados;

4)  Canaviais que são de primeiro corte na safra atual (canas de 18 meses e/ou Inverno) e;

5)  Posteriormente colher as cultivares médias e tardias que floresceram, sempre levando em consideração a idade do canavial em meses, logística, etc e objetivando minimização dos prejuízos.

Para os próximos anos (soqueiras de cultivares que florescem e/ou chocham) vale o cuidado na observação dos ALERTAS e recomendações, e aplicação de produto que inibe o florescimento e que não deixará o produtor (seja ele fornecedor ou usina) ter prejuízos.

*Rodrigo Vinchi e Rogério do Nascimento são consultores da Planiagro: Consultoria e Assessoria

Compartilhar
Artigo Relacionado
O Brasil tem uma oportunidade inédita de dar um novo salto de produtividade agrícola graças ao incremento de 20% projetado para a demanda global de alimentos em 10 anos. No entanto, para isso precisa uma estratégia nacional integrada, que ainda precisa ser construída.
Últimas Notícias

Roberto Rodrigues será enviado especial para agricultura na COP30

O professor emérito da Fundação Getúlio Vargas (FGV) e ex-ministro da Agricultura,...

Últimas Notícias

Açúcar: preços avançam e atingem 18,18 centavos de dólar por libra-peso

Os futuros do açúcar bruto negociados na ICE subiram nesta sexta-feira, 25,...

Últimas Notícias

Goiás bateu recorde na produção de cana-de-açúcar com 78,5 milhões de t

O estado de Goiás está a caminho de registrar sua maior safra...