A estratégia para o produto faz parte do Plano México, da presidente Claudia Sheinbaum, que visa impulsionar o crescimento econômico fortalecendo a produção doméstica
O México aumentou as tarifas de importação de açúcar para até 210% sobre países com os quais não possui acordo comercial, como parte de um plano para proteger a indústria doméstica da queda nos preços.
A medida, que entrou em vigor nesta terça-feira, 11, inclui tarifas de 156% e 210% sobre açúcar de cana, açúcar líquido refinado, açúcar de beterraba e xaropes, de acordo com o diário oficial, que apresentou a decisão como uma forma de evitar “distorções” no comércio internacional.
Anteriormente, o governo havia imposto tarifas de cerca de US$ 0,36 por quilograma sobre algumas importações de açúcar. O México possui um grande setor agrícola voltado à exportação, liderado por frutas como abacates e tomates, além de manter um comércio bilateral de açúcar que já dura décadas.
O Ministério da Agricultura endossou o impulso protecionista em relação ao açúcar. “Diante da queda dos preços internacionais e do excesso de oferta, e em conformidade com os compromissos internacionais do nosso país, as tarifas de importação de açúcar foram atualizadas para proteger empregos e fortalecer a produção nacional”, escreveu o ministério em uma publicação na rede X.
A estratégia para o açúcar faz parte do Plano México, da presidente Claudia Sheinbaum, que visa impulsionar o crescimento econômico fortalecendo a produção local. A medida atinge países com os quais o México não possui acordos comerciais vigentes, incluindo o Brasil, um dos principais exportadores de açúcar para o país.
O México está nas etapas finais de negociações comerciais com os Estados Unidos, antes da revisão do acordo de livre comércio entre Estados Unidos, México e Canadá (USMCA), prevista para o próximo ano.
Em grande parte devido à incerteza, a economia mexicana foi afetada pelas tarifas americanas intermitentes sobre aço, automóveis e outras importações não cobertas pelo USMCA. A economia sofreu uma leve contração no terceiro trimestre, alimentando temores de recessão na segunda maior economia da América Latina.
No final do mês passado, o presidente dos EUA, Donald Trump, prorrogou uma isenção sobre tarifas adicionais a produtos mexicanos, aumentando as esperanças de um acordo mais amplo com Sheinbaum.
À medida que as negociações comerciais avançam, o plano de Sheinbaum de impor tarifas elevadas sobre importações chinesas foi adiado pelo menos até dezembro, à medida que cresce a oposição do setor privado mexicano e até de membros do partido governista, o que tem paralisado o debate no Congresso sobre as taxas de exportação.
Fabricantes mexicanos argumentam que as tarifas propostas aumentariam drasticamente os custos de produção, dado que o país depende fortemente de importações chinesas de maquinário, componentes e matérias-primas.
Bloomberg

