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Moagem cresce 5,8% na primeira quinzena de junho

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A moagem de cana-de-açúcar na primeira quinzena de junho na região Centro-Sul atingiu 38,60 milhões de toneladas, o que representa um avanço de 5,76% em relação à quantidade registrada em igual período do ano passado, quando 36,50 milhões de toneladas foram processadas.

No acumulado da safra, a moagem totalizou 145,72 milhões de toneladas ante 166,94 milhões de toneladas registradas no mesmo período de 2021 – queda de 12,71%. Até o dia 16 de junho, 250 unidades operaram frente a 254 unidades no mesmo período do ciclo 2021/2022. Para a segunda quinzena de junho, outras quatro unidades devem iniciar a moagem no Centro-Sul.

Informações divulgadas pelo Centro de Tecnologia Canavieira (CTC) indicam que foram colhidas 76,0 toneladas por hectare em maio de 2022, o que representa uma queda de 1,4% no rendimento agrícola da lavoura na comparação com o mesmo período na safra 2021/2022 (77,1 toneladas por hectare). No acumulado do atual ciclo agrícola, o indicador registra 74,8 toneladas por hectare colhido (-1,58%).

A qualidade da matéria-prima colhida nos primeiros 15 dias de junho, mensurada em kg de ATR por tonelada de cana-de-açúcar processada, apresentou retração de 5,37% na comparação com o mesmo período do último ciclo agrícola, registrando 131,04 kg de ATR por tonelada colhida. No acumulado da safra, a queda é de 4,76% com o indicador marcando 124,49 kg de ATR por tonelada.

O diretor técnico da Unica, Antonio de Padua Rodrigues, comenta que “a redução da moagem registrada até o momento é decorrência de condições climáticas adversas, que afetaram principalmente os estados do Paraná e Mato Grosso do Sul”. Rodrigues ainda acrescenta que “quanto à qualidade da matéria-prima, com cerca de um terço da safra já transcorrida, deve-se observar ao final desse ciclo agrícola uma redução superior a três quilos de ATR por tonelada de cana processada”.

Produção de açúcar e etanol

A produção de açúcar nos primeiros 15 dias de junho totalizou 2,14 milhões de toneladas (-3,81%). No acumulado desde o início da safra 2022/2023, a fabricação do adoçante totaliza 7,19 milhões de toneladas, frente às 9,42 milhões de toneladas do ciclo anterior (-23,64%).

O executivo da Unica explica que “a queda na produção de açúcar se deve a dois fatores. O primeiro refere-se à menor disponibilidade de cana-de-açúcar até 16 de junho, que explica a retração em 1,20 milhão de toneladas do adoçante. O segundo à queda na qualidade da matéria-prima e mudança do mix de produção por decisão das unidades produtoras, que reduziram a fabricação do produto em adicionais 1,03 milhão de toneladas para viabilizar uma maior produção de etanol”.

Na primeira metade de junho, 1,83 bilhão de litros (+6,31%) de etanol foi fabricado. Do volume total produzido, o hidratado alcançou 1,08 bilhão de litros (+7,04%), enquanto a produção de etanol anidro totalizou 748,25 milhões de litros (5,29%). No acumulado do atual ciclo agrícola, a fabricação de álcool atingiu 7,00 bilhões de litros (-8,05%), dos quais 4,64 bilhões consistem em etanol hidratado (-8,14%) e 2,36 bilhões em anidro (-7,89%).

Do total de biocombustível fabricado, a produção a partir do milho na primeira quinzena de junho registrou 176,55 milhões de litros, contra 123,64 milhões de litros no mesmo período do ciclo 2021/2022 – avanço de 42,79%. No acumulado desde o início da safra, a produção a atingiu 772,92 milhões de litros – avanço de 29,59% na comparação com igual período do ano passado.

“O milho tem contribuído para o incremento da oferta do etanol que, até 16 de junho, representa cerca de 11% da oferta total do produto na safra 2022/2023”, comenta Rodrigues.

Vendas de etanol

Na primeira quinzena de junho, as unidades produtoras do Centro-Sul comercializaram 1,15 bilhão de litros de etanol, o que representa uma retração de 5,08% em relação ao mesmo período da safra 2021/2022.

No mercado interno, o volume de etanol hidratado comercializado foi de 682,17 milhões de litros, com uma queda de 5,59% em relação ciclo anterior. As vendas domésticas de etanol anidro, por sua vez, totalizaram 420,53 milhões de litros no mês, volume equivalente ao observado nos primeiros 15 dias de junho de 2021. No acumulado da safra, foram comercializados 3,46 bilhões de litros de hidratado domesticamente (-6,80%) e 2,00 bilhões de litros de etanol anidro (+5,59%).

Desde o início da safra 2022/2023, as unidades produtoras comercializaram 5,72 bilhões de litros de etanol, o que representa uma queda de 2,94% em relação ao mesmo período da safra anterior. Desse volume, as vendas de etanol hidratado totalizaram 3,57 bilhões de litros (-8,36%); já as de anidro, 2,15 bilhões de litros (+7,59%).

Mercado de CBios

Dados da B3 mostram que, até o dia 24 de junho, 2,54 milhões de CBios foram emitidos no mês corrente. A respeito do volume negociado e posse de créditos, até a data supramencionada, a parte obrigada do programa RenovaBio já adquiriu cerca de 22,01 milhões de créditos de descarbonização[1]. Esse volume representa 60% da meta de aquisição total para o ano corrente.

O diretor da Unica, Antonio de Padua Rodrigues, comenta que “o balanço atual da oferta e demanda de CBios mostra o comprometimento dos emissores com o abastecimento do programa em termos de créditos e, ao mesmo tempo, aponta que a parte obrigada alterou seu padrão de aquisição dos títulos. Nos anos anteriores, a compra se concentrava nos meses finais do ano, enquanto que neste ano, 60% da meta já estão contratadas ainda no primeiro semestre”.

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