Usinas
Moagem de cana-de-açúcar atinge 1,67 milhão de toneladas na primeira quinzena de março
Na primeira quinzena de março, as unidades da região Centro-Sul processaram 1,67 milhão de toneladas de cana-de-açúcar. Desse total, quase 70% da matéria-prima foi destinada à produção de etanol, que alcançou 199,88 milhões de litros. A quantidade fabricada de açúcar, por sua vez, alcançou apenas 51,46 mil toneladas.
A produção de etanol a partir do milho representou cerca de dois terços do total na primeira quinzena de março, com 127,60 milhões de litros. No agregado da safra 2020/2021, o volume somou 2,42 bilhões de litros — crescimento de 60,85% em relação ao registrado em igual período do último ciclo.
No acumulado desde o início da safra 2020/2021 até 16 de março, a moagem chegou a 600,47 milhões de toneladas, enquanto as produções de açúcar e de etanol alcançaram 38,28 milhões de toneladas e 29,99 bilhões de litros, respectivamente.
“Faltando apenas uma quinzena para o fim da safra, a quantidade produzida de açúcar ultrapassa em 2,40 milhões de toneladas o recorde anterior, de 35,89 milhões de toneladas, registrado na safra 2017/2018″, lembra o diretor técnico da União da Indústria da Cana-de-Açúcar (UNICA), Antonio de Padua Rodrigues.
Na primeira quinzena de março, 14 usinas iniciaram a moagem. Assim, até o dia 16 de março, o Centro-Sul contava com 30 unidades em operação, sendo 21 indústrias processando cana-de-açúcar e 9 empresas com fabricação de etanol de milho (5 delas dedicadas exclusivamente ao processamento desta matéria-prima). A saber, na mesma data de 2020, 31 unidades estavam processando cana e outras 11 fabricando apenas etanol de milho.
Levantamento preliminar conduzido pela UNICA e demais associações do Centro-Sul indica que 24 unidades devem iniciar a safra na segunda quinzena de março, tendo ao final do mês 54 usinas em operação no Centro-Sul. Esse número é inferior às 87 unidades que estavam em operação em 31 de março de 2020.
O levantamento também indica que 169 usinas estarão em operação na Região Centro-Sul até 15 de abril deste ano, contra 180 unidades registradas em igual período do ano passado.
Vendas de etanol
Nos primeiros 15 dias de março, as vendas de etanol pelos produtores da região Centro-Sul somaram 1,24 bilhão de litros, dos quais 69,27 milhões de litros destinados à exportação e 1,17 bilhão de litros ao mercado interno.
Em relação ao volume de etanol anidro comercializado no mercado doméstico, houve um aumento de 1,85%: 390,26 milhões de litros neste ano, contra 383,17 milhões de litros apurados na mesma quinzena de 2019. Já no caso do etanol hidratado, as vendas internas totalizaram 778,59 milhões de litros nos primeiros quinze dias de março, aumento de 11,13% sobre os 700,63 milhões de litros comercializados na mesma quinzena de 2020.
“A expectativa inicial era que a demanda por biocombustível caísse na primeira quinzena de maço devido ao acirramento das medidas de isolamento. Contudo, registramos o crescimento de 11,13% nas vendas de etanol hidratado, que pode ser em parte justificado pelo diferencial de preço favorável ao biocombustível e por um possível movimento das distribuidoras para a recomposição de estoques operacionais”, explica Rodrigues.
“As medidas para conter a disseminação da COVID-19 adotadas com maior rigor em vários Estados e municípios devem impactar o consumo de combustíveis na segunda metade de março. Esse movimento deve contrapor a maior participação do etanol hidratado no consumo total”, avalia Rodrigues. “Independentemente do cenário de consumo, o volume de etanol em estoque nas usinas é suficiente para acomodar qualquer variação na demanda entre anidro, hidratado e gasolina para o fim da safra 2020/2021 e início da safra 2021/2022″, acrescentou.
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