Destaque
Na safra 2022/23 Centro-Sul já moeu 107 milhões de toneladas
A moagem de cana-de-açúcar na segunda quinzena de maio na região Centro-Sul atingiu 43,69 milhões de toneladas, o que representa um avanço de 0,04% em relação à quantidade registrada em igual período do ano passado, quando 43,67 milhões de toneladas foram processadas.
Dados da Unica (União da Indústria da Cana-de-açúcar), divulgados hoje, 10, mostram que no acumulado da safra, a moagem totalizou 107,13 milhões de toneladas ante 130,44 milhões de toneladas registradas no mesmo mês de 2021 – queda de 17,88%.
Até o dia 01 de junho, 248 unidades operaram frente a 249 unidades no mesmo período do ciclo 2021/2022. Para a primeira quinzena de junho, outras três unidades devem iniciar a moagem no Centro-Sul.
Informações preliminares divulgadas pelo Centro de Tecnologia Canavieira, para uma amostra comum de 68 unidades produtoras, indicam que foram colhidas 74,8 toneladas por hectare em maio de 2022, valor equivalente ao rendimento agrícola da lavoura na comparação com o mesmo período na safra 2021/2022.
A qualidade da matéria-prima colhida na segunda metade de maio, mensurada em kg de ATR por tonelada de cana-de-açúcar processada, apresentou retração de 6,58% na comparação com o mesmo período do último ciclo agrícola, registrando 128,64 kg de ATR por tonelada colhida. No acumulado da safra, a queda é de 4,99% com o indicador marcando 122,11 kg de ATR por tonelada.
Produção de açúcar e etanol
A produção de açúcar nos últimos 15 dias de maio totalizou 2,31 milhão de toneladas (-12,74%). No acumulado desde o início da safra 2022/2023, a fabricação do adoçante totaliza 5,05 milhões de toneladas, frente às 7,19 milhões de toneladas do ciclo anterior (-29,78%).
“A decisão das unidades produtoras permanece em priorizar a produção de etanol. Até o momento, 855 mil toneladas de açúcar deixaram de ser fabricadas devido mudança no mix de produção, resultando em um maior direcionamento da matéria-prima para a produção de biocombustível”, explica o diretor técnico da UNICA, Antonio de Padua Rodrigues.
Na segunda metade de maio, 2,03 bilhões de litros (+0,51%) de etanol foram fabricados. Do volume total produzido, o hidratado alcançou 1,25 bilhão de litros (+2,77%), enquanto a produção de etanol anidro totalizou 778,30 milhões de litros (-2,92%). No acumulado do atual ciclo agrícola, a fabricação de álcool atingiu 5,17 bilhões de litros (-12,25%), dos quais 3,56 bilhões consistem em etanol hidratado (-11,91%) e 1,61 bilhão em anidro (-12,98%).
Do total de biocombustível fabricado, a produção a partir do milho na segunda quinzena de maio registrou 156,79 milhões de litros, contra 124,24 milhões de litros no mesmo período do ciclo 2021/2022 – avanço de 26,20%. No acumulado desde o início da safra, a produção a atingiu 596,38 milhões de litros – avanço de 26,14% na comparação com igual período do ano passado.
Etanol: vendas tem queda de 7,13%
No mês de maio, as unidades produtoras do Centro-Sul comercializaram 2,34 bilhões de litros de etanol, o que representa uma retração de 7,13% em relação ao mesmo período da safra 2021/2022.
No mercado interno, o volume de etanol hidratado comercializado foi de 1,39 bilhão de litros, com uma queda de 9,18% em relação ciclo anterior. As vendas domésticas de etanol anidro, por sua vez, totalizaram 847,67 milhões de litros no mês, o que representa um aumento de 0,01% em relação às vendas de maio de 2021. No acumulado da safra, foram comercializados 2,78 bilhões de litros de hidratado domesticamente (-7,22%) e 1,58 bilhão de litros de etanol anidro (+7,10%).
“O etanol contribui para o balanço de oferta e demanda dos combustíveis líquidos, uma vez que oferece ao consumidor uma alternativa à gasolina A, seja diretamente por meio do etanol hidratado ou por meio da mistura do etanol anidro. No mês de maio, os produtores venderam às distribuidoras um total de 2,12 bilhões de litros de biocombustível. A ausência dessa alternativa significaria a necessidade de importação adicional de 1,74 bilhão de litros de gasolina A, apenas para compensar o volume no Centro-Sul. A presença do etanol contribui para balança comercial brasileira, além de gerar maior segurança de abastecimento a partir de um combustível renovável”, explica Rodrigues.
Desde o início da safra 2022/2023, as unidades produtoras comercializaram 4,57 bilhões de litros de etanol, o que representa uma queda de 2,53% em relação ao mesmo período da safra anterior. Desse volume, as vendas de etanol hidratado totalizaram 2,86 bilhões de litros (8,38%); já as de anidro, 1,70 bilhão de litros (+9,18%).
Mercado de CBios
Segundo dados da Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), no mês de maio os produtores de etanol emitiram um total de 2,63 milhões de CBios. Esse volume de emissão representa o maior valor registrado nos últimos 20 meses. O resultado se deve à maior venda de etanol por parte dos produtores, especialmente na segunda quinzena de maio.
Dados da B3 a respeito do volume negociado e posse de créditos de descarbonização mostram que, até o dia 08 de junho, a parte obrigada do programa RenovaBio já adquiriu, em 2022, cerca de 19,36 milhões de créditos de descarbonização*. Esse volume representa 52,72% da meta de aquisição total para o ano corrente.
Segundo o diretor da UNICA, com apenas dois meses desde o início da safra 2022/2023, o volume de CBios em mãos das distribuidoras já corresponde a mais da metade da meta anual de descarbonização. Não há dúvida de que, mais uma vez, os produtores de biocombustíveis deverão garantir oferta suficiente de créditos para que o compromisso com as metas e uma matriz de transporte mais limpa seja possível.
*Esse valor considera o estoque de passagem da parte obrigada somada com os créditos adquiridos, estejam eles ativos ou aposentados.
Cadastre-se e receba nossa newsletter