Home Opinião [Opinião] Safra 25/26: a cana que não desaprendeu o caminho do açúcar, do etanol — e do lucro
OpiniãoÚltimas NotíciasUncategorized

[Opinião] Safra 25/26: a cana que não desaprendeu o caminho do açúcar, do etanol — e do lucro

Compartilhar

Enquanto alguns setores ainda tateiam no escuro, a cana-de-açúcar já entrou em campo, começou a cortar — e a faturar. A safra 2025/26 está a todo vapor, e mesmo com alguns soluços no clima, tem mostrado por que o setor sucroenergético é um dos mais resilientes (e rentáveis) do país. Aqui vai um retrato dessa safra em curso — com humor, que respeita a cana, o tempo e o juízo.

E os números? A Conab estima uma produção de 676,96 milhões de toneladas, queda leve de 5,1% em relação à anterior, mas ainda a segunda maior da história. A produtividade média gira em torno de 77 toneladas por hectare.

O ATR segue firme, garantindo bons rendimentos. E quem sabe tirar valor da cana — mesmo com menos volume — segue bem na foto.

Açúcar ou etanol?

A safra mostra uma leve preferência pelo açúcar, com 44,1 milhões de toneladas já processadas. Mas o etanol reagiu, com 37,2 bilhões de litros, puxado por uma alta de mais de 30% no etanol de milho, que já representa mais de 21% de todo o etanol produzido no Brasil — um feito inédito na história do setor.

Com o câmbio ajudando e a exportação aquecida, o açúcar brilha — mas o etanol hidratado voltou a ganhar força nos postos em alguns estados.

Bagaço também gera lucro

A bioeletricidade segue firme como fonte complementar de renda.
O biometano, antes promessa, já é realidade em grupos como São Martinho, Cocal e Zilor.
E tem usina rodando com inteligência artificial na veia: prevendo clima, regulando moagem, otimizando custos.
Quem moe dado, moe melhor.
O novo mapa da cana

• Centro-Sul domina, com SP, MG e GO na dianteira.
• MT cresce com etanol de milho.
• Nordeste resiste, com usinas enxutas e resistentes.

A concentração aumenta: Raízen, São Martinho, Coruripe, BP Bunge e Jalles Machado lideram em volume.
Como dizia o velho João do Engenho:“Do boi a gente aproveita até o berro… e cana boa é aquela que adoça a conta e ainda sobra bagaço pra virar energia.”

E para quem revende, distribui ou abastece o Brasil: essa safra é só do campo — ou já chegou na bomba?
O etanol de milho avança, o anidro define margem, e tem distribuidora ajustando portfólio com o olho lá no canavial.

Conta aí nos comentários como você tá lendo esse cenário. Porque no downstream também vale lembrar: quem moe dado, negocia melhor.

Nota: Este texto é opinativo e baseado em dados públicos da Conab e no ranking divulgado pela FG/A. Os links estarão no primeiro comentário.

*Wladimir Eustáquio Costa é CEO da Suporte Postos, especialista em mercados internacionais de combustíveis, conselheiro e interventor nomeado pelo CADE, com foco em governança e estratégia no setor downstream.

 

As opiniões expressas nos artigos são de responsabilidade de seus respectivos autores e não correspondem, obrigatoriamente, ao ponto de vista da RPAnews. A plataforma valoriza a pluralidade de ideias e o diálogo construtivo.

Compartilhar
Artigo Relacionado
Últimas Notícias

Copersucar se prepara para comercializar e distribuir biometano

A Copersucar está estruturando a criação de um negócio dedicado a atuar...

Jalles
Últimas NotíciasDestaque

Após moagem recorde, Jalles projeta ligeira alta e mais açúcar para 2025/26

Após moagem recorde e prejuízo na safra 2024/25, Jalles projeta aumento na...

Últimas Notícias

Consulta pública sobre queima da palha da cana ameaça empregos no Nordeste

A cana-de-açúcar é uma das atividades que mais geram empregos nos estados...