
Um equipamento capaz de fazer análise de solo de maneira rápida, econômica e sustentável é a novidade para o setor agrícola que foi desenvolvido pela empresa Agrorobótica Fotônica, em parceria com a EMBRAPII (Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial). A tecnologia adotada é a mesma do robô Curiosity, utilizada pela agência espacial norte-americana NASA, em missão exploratória de solo no planeta Marte.
O projeto foi desenvolvido em duas etapas. A primeira teve início em 2015 com uma parceria com a Embrapa Instrumentação. A segunda segue em desenvolvimento com pesquisadores do IFSC – Instituto de Física de São Carlos (Universidade de São Paulo), Unidade EMBRAPII, e está em fase final.
Laser de alta energia
Nesta fase, o equipamento vai medir a quantidade de nitrogênio, micronutrientes e contaminantes em amostras de solos, plantas e fertilizantes. A tecnologia, denominada LIBS (Laser Induced Breakdown Spectroscopy), atua por meio de um laser de alta energia que focalizado sobre a superfície da amostra, gera um microplasma que fragmenta as moléculas possibilitando a análise detalhada dos elementos.
De acordo com a Embrapii, a inovação é pioneira para utilização agroambiental em larga escala para fins comerciais. A estimativa é que ela analise mais de 500 amostras de solo por dia e ainda traz conceitos de sustentabilidade, pois não gera resíduos químicos. Para se ter uma ideia, um laudo completo de análise de amostra pode ser obtido em torno de 15 minutos, enquanto no método tradicional leva cerca de 15 dias.
Desta forma, o agricultor poderá elevar sua rentabilidade, pois 60% do aumento da produtividade corresponde a correta nutrição das plantas e 22% do custo de produção corresponde à corretivos e fertilizantes.
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Segundo Aida Bebeachibuli, da startup Agrorobótica, spinoff da Embrapa Instrumentação, a inovação é de extrema importância para o agronegócio, uma vez que atualmente não há outro técnica de análise de solo que faça essa medida de forma direta. Com os dados mapeados, agrônomos e produtores rurais poderão tomar decisões mais efetivas no cultivo.
“Uma das vantagens é a velocidade de processamento de amostras e o baixo custo de análise, quando comparado com os métodos de referência em que são necessários em torno de 13 procedimentos químicos diferentes, gerando muitos resíduos”, explica.
Para o coordenador do projeto, Fábio de Angelis, a população mundial vai alcançar 10 bilhões de pessoas em 2050, necessitando um aumento de produtividade de 70% das principais culturas agrícolas.
“Isto só será possível com a digitalização dos mapas nutricionais de solos e plantas, uma vez que a correta nutrição das plantas responde por quase 60% da produtividade total das culturas agrícolas.”