Edição 195
POR DENTRO DA USINA
ODEBRECHT AGROINDUSTRIAL MUDA SEU NOME PARA ATVOS
A Odebrecht Agroindustrial, braço sucroenergético do conglomerado empresarial brasileiro, anunciou que passará a se chamar Atvos, ao mesmo tempo em que planeja novos investimento no setor. Um dos maiores grupos de cana-de-açúcar do Brasil, com capacidade instalada para processar 36 milhões de t por safra, a agora denominada Atvos, surgiu há dez anos e possui usinas nos Estados de Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e São Paulo.
“O mundo vive um cenário de muitas oportunidades relacionadas à matriz energética limpa e à economia de baixo carbono, o que aumenta o protagonismo do Brasil e da cadeia produtiva nacional”, avaliou o presidente da Atvos, Luiz de Mendonça. A empresa tem capacidade para produzir 3 bilhões de l de etanol, 700 mil t de açúcar e cogerar 3,1 mil GWh de energia elétrica por temporada safra.
Sem detalhar os investimentos futuros, a Atvos afirmou que desde o início de suas operações, há dez anos, investiu cerca de R$12 bilhões. A mudança de nome ocorre após um período de dificuldades para a empresa, que no ano passado chegou a ser sondada pela Glencore, interessada em algumas de suas usinas.
SÃO MARTINHO
ULTRAPASSA
22 MILHÕES DE T
Com potencial para chegar até 24 milhões de t em moagem de cana, o CEO da São Martinho, Fábio Venturelli, afirma que a companhia deve fechar a safra de 2017/18 com 22,2 milhões de t processadas, avanço de 15,2% em relação à temporada anterior. É a primeira vez que o Grupo atinge uma moagem acima de 22 milhões de t.
Atualmente, a empresa opera com 93% da capacidade instalada, porcentual considerado satisfatório. Segundo Venturelli, a fabricação de açúcar tem potencial para atingir 1,54 milhão de t, caso o mix de produção seja mais açucareiro, e a de etanol pode bater 1,22 bilhão de l, na hipótese de mix alcooleiro.
Especificamente para a safra de 2017/18, a expectativa é de que a São Martinho avance 8,2% na produção de açúcar em relação à última temporada, para 1,4 milhão de t. Em etanol, o crescimento estimado é de 42,9% no ciclo atual, para 953 milhões de l, no mesmo intervalo comparativo. O nível de ATR deve aumentar 7,3% em 2017/18, para 139,8 kg por t.
“Nossa capacidade de armazenagem chega a 60% no açúcar e 80% no etanol, o que nos permite maior flexibilidade em comercialização. A média do mercado é de 25% em armazenagem de açúcar e até 43% em etanol”, acrescenta Venturelli.
BIOSEV TEM QUATRO UNIDADES CERTIFICADAS PELA UNICA
Santa Elisa, Lagoa da Prata, Rio Brilhante e Passa Tempo integram o grupo de 60 usinas brasileiras que fazem parte do Programa de Certificação da Bioeletricidade da Unica (União da Indústria da Cana-de-Açúcar).
O selo Energia Verde é concedido às empresas que produzem bioenergia a partir da cana, utilizando-a para consumo próprio, além de exportar o excedente para o SIN (Sistema Interligado Nacional). A iniciativa de certificar as empresas autossuficientes na produção de energia elétrica começou em 2015, com uma parceria da União da Indústria da Cana-de-Açúcar com a Câmara de Comercialização e Energia Elétrica (CCEE).
A Unica estima que as 60 usinas que fazem parte do programa produzam este ano 15.744 GW/h. Deste total, 66% seria exportado ao SIN e o restante utilizado pelas próprias indústrias. A quantidade equivale a 60% do consumo anual de uma cidade como São Paulo, que tem hoje 12 milhões de habitantes.
USINA CORURIPE INVESTE EM NOVOS CANAIS DE COMUNICAÇÃO
A Usina Coruripe, nona maior do setor sucroalcooleiro no país, tem investido em diversos canais para ficar mais próxima dos públicos interno e externo. Em janeiro, a empresa criou uma fanpage oficial no Facebook (facebook.com/usinacoruripe) para interagir com as pessoas. Além disso, a Coruripe mantém grupos de WhatsApp entre os colaboradores da empresa como forma de integrar as equipes. As estratégias de comunicação têm o objetivo de fazer as informações sobre a empresa chegarem de forma eficiente a todos. “Acreditamos que, com uma comunicação adequada, temos pessoas mais engajadas e comprometidas com nosso negócio”, afirma Fábio Moniz, diretor de Administração e de Recursos Humanos da Usina Coruripe.
COM RENOVABIO, PRODUTORES DO BRASIL TEM INTERESSE EM MODELO DE USINAS EM PE
Depois da Política Nacional de Biocombustíveis (Renovabio) ter sido aprovada pelo Senado em dezembro, o setor sucroenergético já prevê a retomada de crescimento da produção de etanol.
O setor de biocombustíveis estima investimentos na ordem de R$ 1,4 trilhão até o ano de 2020. Grande parte desse montante, segundo a Federação dos Plantadores de Cana do Brasil (Feplana), deve ser aplicado em novas usinas e na melhoria das atuais. Assim, embora ainda falte a sanção presidencial do RenovaBio, um grupo de produtores rurais de todo país, ligado à Comissão de Cana, da Confederação Nacional de Agricultura (CNA), decidiu fazer uma visita técnica na Zona da Mata pernambucana.
A comitiva tem como interesse conhecer o modelo de gestão cooperativado já adotado por duas usinas no Estado. O grupo de produtores dos estados do Centro-sul do país e do Nordeste tem interesse nas usinas Coaf/Cruangi e Agrocan/Pumaty, situadas em Timbaúba (Mata Norte) e em Joaquim Nabuco (Sul) respectivamente. Ambas as unidades, que estão em recuperação judicial, foram reabertas através da iniciativa de agricultores, que criaram as suas cooperativas (Coaf e Agrocan) a fim de administrar essas usinas e manter a atividade canavieira ativa na região, tonando o negócio viável há várias safras.
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