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Preços do açúcar devem seguir pressionados pelas elevadas chuvas no Brasil

O balanço global de açúcar segue com um leve superávit na safra 2024/25, porém há perspectiva dele se elevar dependendo das chuvas do Brasil nos próximos meses. Os preços do açúcar no mercado internacional devem refletir o clima no cinturão da cana-de-açúcar no Brasil, além do desenvolvimento das safras na Ásia, particularmente na Índia e na Tailândia. A maior oferta de produto no Brasil, conjuntamente com o real desvalorizado, formam um cenário de preços pressionados para o açúcar no curto prazo. Essa é a análise dos analistas do Itaú BBA.
As notícias da restrição da China da importação de açúcar líquido e da pré-mistura da Tailândia por motivos sanitários também pesaram no mercado internacional do açúcar. Pois essas exportações tailandesas, que têm isenção de impostos na China, vão precisar encontrar nossos consumidores no mercado internacional. “Os motivos por trás da medida da China devem ser protecionistas, pois esse ano a safra local cresceu e os preços domésticos apresentaram uma queda nos últimos meses”, disseram os analistas no mais recente relatório do BBA.
Na Índia, o começo da safra 2024/25 está atrasado frente à safra anterior. A produção de açúcar até o dia 31/dez estava 15,6% menor que no mesmo período do ano anterior, a 9,54 milhões de t. Além disso, os analistas salientam que o atraso de safra não representa uma queda de produção necessariamente. Porém, alguns problemas de safra, além de uma área menor, indicam uma produção menor, mesmo que não mesma proporção que o atraso. “Dessa forma, reduzimos a nossa estimativa de produção na Índia para 29,5 milhões de t (já descontada a produção de etanol), queda de 6,2%frente a safra passada”, disseram os analistas do Itaú BBA.
No entanto, a discussão do mercado na Índia, passa pela forte ingerência do governo, pois ele segue restringindo exportações locais, além do seu programa de mistura de etanol na gasolina. Caso a produção indiana desaponte, o governo poderá restringir a utilização do etanol a base de cana (como já fez ano passado) para garantir o suprimento do alimento no mercado local, de forma a diminuir a possibilidade
da Índia ser um fator altista para os preços do mercado internacional nos próximos meses.