Os futuros de açúcar negociados na ICE subiram para máximas de três semanas nesta sexta-feira, 14, em meio à redução da oferta na Índia. O Ministério da Alimentação da Índia anunciou que permitirá que as usinas exportem 1,5 milhão de toneladas de açúcar na safra 2025/26, abaixo das estimativas anteriores de 2 milhões de toneladas.
O contrato de açúcar bruto com vencimento em março de 2026 fechou em alta de 0,52 centavo de dólar, ou 3,6%, para 14,96 centavos de dólar por libra-peso. Já o contrato de açúcar branco para subiu US$ 13,20, ou 3,2%, indo a US$ 425,80 por tonelada.
A perspectiva de uma oferta global robusta de açúcar pressionou os preços do produto no último mês. Na segunda-feira passada, 10, o açúcar refinado atingiu uma mínima de 4,75 anos para o contrato futuro mais próximo. Na quinta-feira, 13, os preços do açúcar bruto despencaram para uma mínima de cinco anos devido ao aumento da produção de açúcar no Brasil e à visão de um excedente global.
A possibilidade de uma produção recorde de açúcar no Brasil é pessimista para os preços. A União da Indústria de Cana-de-açúcar e Bioenergia (Unica) informou na sexta-feira, 14, que a produção da commodity na região Centro-Sul durante a segunda quinzena de outubro aumentou 16,4% em relação ao ano anterior, para 2,068 milhões de toneladas.
Além disso, o direcionamento da cana-de-açúcar moída para a produção de açúcar subiu para 46,02% na quinzena, ante 45,91% no mesmo período do ano passado. Com isso, a produção acumulada na safra 2025/26 até outubro aumentou 1,6% em relação ao ano anterior, para 38,085 milhões de toneladas.
Na Índia, sinais de uma safra de açúcar maior também estão pressionando os preços para baixo. A Associação Indiana de Usinas de Açúcar (Isma, na sigla em inglês) elevou, na terça-feira, 11, sua estimativa de produção de açúcar em 2025/26 para 31 milhões de toneladas, ante a previsão anterior de 30 milhões de toneladas. O valor também representa um aumento de 18,8% em relação ao ano anterior.
A Isma também reduziu sua estimativa para o açúcar usado na produção de etanol para 3,4 milhões de toneladas, ante a previsão de 5 milhões de toneladas. Este é um dos fatores que podem permitir que a Índia aumente suas exportações de açúcar.

