Os preços dos Créditos de Descarbonização (CBios) continuam em trajetória de queda e encerraram outubro cotados a R$ 35,30 na B3, segundo o relatório Monitoramento RenovaBio – novembro de 2025, do Itaú BBA. O valor representa uma desvalorização de 14% no mês e está 42% abaixo da média do ano-meta, de R$ 61,00 por crédito. Em relação a 2024, a redução acumulada é de 25%.
O volume de negociações também desacelerou. Foram 6,91 milhões de CBios transacionados em outubro, queda de 19% ante setembro e 33% inferior ao registrado no mesmo mês do ano passado. No acumulado de 2025, o total negociado chega a 70,1 milhões de créditos, 7% abaixo do mesmo período de 2024.
De acordo com o Itaú BBA, a emissão de CBios somou 3,99 milhões de unidades em outubro, número 16% superior ao mês anterior, mas 5% inferior ao volume de outubro de 2024. No acumulado até setembro, as emissões atingiram 35,79 milhões de créditos, o que representa alta de 2% na comparação anual.
O relatório aponta ainda um crescimento relevante dos estoques de CBios no mercado. Até 31 de outubro, o total de créditos disponíveis chegou a 40 milhões, ante 16,4 milhões no início do ano. Desse montante, 14,49 milhões estão nas mãos da parte obrigada (como distribuidoras de combustíveis) e 15,89 milhões em posse dos emissores. Ao todo, as partes obrigadas aposentaram 21,17 milhões de CBios no ano-meta 2025, após 3 milhões de unidades retiradas em setembro.
A consultoria observa que, mesmo com o aumento das aposentadorias, os estoques finais devem permanecer elevados, próximos a 31 milhões de CBios, praticamente o dobro do nível inicial de 2025. Para o próximo ciclo, o Itaú BBA projeta geração de 44,7 milhões de CBios em 2026, diante de uma meta compulsória estimada em 48,1 milhões de créditos.
Segundo o relatório, a manutenção da meta pelo Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) será essencial para reequilibrar o programa. “A manutenção da meta compulsória em 48,1 milhões de CBios para 2026 será importante para equilibrar a oferta e demanda do RenovaBio no próximo ano, e mesmo assim o mercado seguirá com elevados estoques”, avalia o Itaú BBA.
Natália Cherubin para RPAnews

