Home Últimas Notícias Raízen projeta antecipar a moagem de cana-de-açúcar em 2024
Últimas Notícias

Raízen projeta antecipar a moagem de cana-de-açúcar em 2024

Compartilhar

No próximo ano, a Raízen deverá retomar a moagem de cana-de-açúcar em março, um pouco antes do que normalmente ocorre. O ciclo de 2024/25 começa oficialmente em abril de 2024, mas o volume de matéria-prima que deve sobrar nas lavouras da temporada atual permitirá às usinas antecipar os trabalhos.

“Vamos ter um volume de cana excedente de 2023/24 e estamos nos programando para começar a [moagem da] safra mais cedo”, disse à reportagem o vice-presidente executivo de etanol, açúcar e bionergia da companhia, Francis Queen.

As usinas da empresa estão processando matéria-prima desta safra e devem permanecer ativas até meados de dezembro. De acordo com o executivo, a condição climática fora da média histórica assegurou o amplo volume de cana de 2023/24.

Nos dois últimos anos, os canaviais do Centro-Sul sofreram as consequências de episódios de seca e geadas, que reduziram a produtividade da cultura. Agora, com mais cana disponível já na largada do próximo ciclo, Queen espera que o custo da matéria-prima diminua.

Para atravessar a entressafra, a Raízen mantém um nível de estoques de etanol um pouco mais elevado que o de anos anteriores, já que existe a expectativa de que o consumo se mantenha aquecido. O cenário seria o oposto do que ocorreu neste ano, com períodos de diminuição da demanda principalmente no primeiro semestre.

O executivo acredita que o açúcar continuará sendo o produto mais remunerador das usinas no curto prazo, em momento de déficit de oferta no mercado global, mas alertou que, como eventuais novos investimentos podem acabar elevando muito a capacidade produtiva da commodity, é preciso ter cautela nessas decisões. “[O açúcar] é um produto cíclico. Fizemos melhorias operacionais que vão complementar o nosso mix [para o açúcar], mas nada muito grande”, disse ele.

No setor, diversas companhias fizeram investimentos para aumentar a capacidade produtiva do açúcar, um movimento que pode se tornar um ponto de atenção caso haja o patamar de preços se altere no futuro.

Queen avalia que as usinas hoje vivem um momento atípico, em que o valor do açúcar tem uma diferença muito superior ao do etanol — ela chega a ser de R$ 1 mil por tonelada de açúcar equivalente. “Mas a gente acha que o etanol é um produto diferenciado e vai ter demanda no mercado [futuramente]”, disse o executivo.

A Raízen está apostando no biocombustível de segunda geração, com investimentos em curso e plantas em construção, e na certificação do etanol para exportação como matéria-prima do biocombustível de aviação (SAF, na sigla em inglês).

Globo Rural/Nayara Figueiredo
Compartilhar
Artigo Relacionado
Últimas Notícias

Preço do açúcar cristal segue estável em São Paulo, mas cai no mercado externo

Os preços do açúcar cristal branco seguiram praticamente estáveis no mercado à...

Últimas Notícias

Preço do etanol hidratado em queda, mas fatores de mercado sinalizam estabilização dos valores

O preço do etanol hidratado apresentou mais uma queda no mercado spot...