A Raízen, maior grupo sucroenergético do Brasil, alcançou resultados robustos no primeiro trimestre da safra 2022/23, impulsionados pelo maior volume de vendas de açúcar e etanol. A companhia registrou lucro líquido ajustado de R$1,1 bilhão, mais que o dobro dos R$501 milhões reportados em igual trimestre do ano-safra anterior. A receita foi 72% maior, totalizando R$ 66 bilhões, ante os R$38,6 bilhões de um ano antes.
A empresa, joint venture entre Cosan e Shell, continua com foco no crescimento orgânico, mas não descarta potenciais aquisições, disse a investidores o presidente Ricardo Mussa nesta sexta-feira, ao responder perguntas sobre um possível interesse em comprar a BP Bunge, terceira maior produtora global de cana-de-açúcar.
O volume de etanol comercializado no trimestre encerrado em 30 de junho subiu para 1,4 milhão de m³, alta de 54% em relação ao mesmo período do ano anterior. Já as vendas de açúcar atingiram 2,71 milhões de t, alta de 37% na base anual. Os preços médios dos produtos aumentaram em 14% e 22,8%, respectivamente. O ano fiscal da companhia coincide com a safra de cana-de-açúcar no Centro-Sul do país.
A produção de etanol de segunda geração (2G) alcançou 7.600m³ no período, 29pc acima do mesmo intervalo do ano anterior, informou a Raízen. Em maio, a companhia anunciou o investimento de R$2 bilhões na construção de duas novas usinas de etanol 2G, adicionando 164.000 m³/ano à sua capacidade total instalada.
A moagem de cana no trimestre atingiu 26,4 milhões de t, uma queda de 15,4% no ano, refletindo o início tardio da safra sob efeito dos problemas climáticos do ano passado. A produção de açúcar chegou a 1,46 milhão de t, ficando 25,7% abaixo do ano anterior, enquanto o processamento de etanol totalizou 1,01 milhão de m³, cedendo 15,3%.
O mix de produção foi de 47% para o açúcar e 53% para o etanol no trimestre, versus 51pc para o adoçante no mesmo período do ano passado.
Como maior produtora e processadora de cana-de-açúcar do mundo, a Raízen ainda tem espaço para otimizar a capacidade disponível em suas usinas, afirmou Mussa. Mas a empresa “sempre olha para as oportunidades que podem trazer sinergias”. “Também procuramos oportunidades que possam trazer mais biomassa para nossa expansão do etanol de segunda geração, que está crescendo muito rápido”, declarou. Em 2021, a empresa adquiriu a Biosev, concorrente que pertencia à trading francesa Louis Dreyfus.