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Raízen registra queda de 79% no Lucro líquido no terceiro trimestre

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Apesar da queda de alguns indicadores no terceiro trimestre, a companhia teve alta de 42% em investimentos e  alta na receita líquida e no BITDA do acumulado da safra 

A Raízen, maior grupo sucroenergético do mundo, registrou queda em seu lucro líquido ajustado em 79% no terceiro  trimestre da safra 2022/23, que foi de R$ 255,7 milhões no período encerrado em 31 de dezembro de 2022, ante o ganho de R$ 1,219 bilhão do mesmo período da safra anterior (2021/22).

O EBITDA ajustado foi de R$ 3 bilhões, queda de 12% e a geração de caixa foi de R$ 1 bilhão, queda também de 65%, conforme relatório de resultados do 3T23 divulgado na manhã de terça-feira, 15. Por sua vez, a companhia registrou uma receita líquida de R$ 60,4 milhões, uma alta de 9% em relação ao ano anterior.

A alavancagem fechou o trimestre em um múltiplo de 2,5 vezes. O valor é calculado pela relação entre a dívida líquida e o Ebitda dos últimos 12 meses. Neste caso, houve um avanço de 47,1% ante a 1,7 vez vista no terceiro trimestre de 2021/22.

De acordo com a Raízen, os resultados do terceiro trimestre do ano-safra 2022’23 confirmam a visão de crescimento esperada para o ano, que apresentou uma expansão de 34% da Receita Líquida e de 5% do EBITDA Ajustado no acumulado da safra. “Com disciplina financeira e balanço patrimonial sólido, mantivemos nosso ciclo de investimentos em projetos para acelerar nossos negócios e capturar oportunidades na transição do mercado global de energia”, afirmou companhia em relatório de resultados.

Ainda segundo a Raízen, o período foi marcado pela expansão da receita líquida, resultado dos maiores volumes comercializados, dos avanços na cadeia de valor do açúcar e etanol vendido com prêmio sobre os preços locais, além da forte expansão da base de clientes no segmento de energia, que já conta com mais de 24 mil unidades consumidoras.

Já o EBITDA Ajustado, foi impactado pelo menor resultado nos negócios de Marketing & Serviços Brasil e Açúcar, na comparação com mesmo período do ano passado. O indicador de dívida líquida/EBITDA Ajustado foi de 2,5x, refletindo o maior saldo de dívida líquida, em linha com a sazonalidade da safra e ciclo de investimentos em projetos.

Moagem atingiu 73,2 milhões, mas meta é chegar a 80 milhões de t

Todas as unidades sucroenergéticas da Raízen juntas, processaram 73,2 milhões de toneladas de cana-de-açúcar, redução de 4% em relação ao volume processado no ano-safra anterior. Segundo a companhia, a redução reflete os efeitos do clima em parte dos canaviais e menor área de colheita (556 mil hectares vs. 600 mil hectares no acumulado da safra passada), fruto de nossa decisão de acelerar a área de renovação de canavial neste ano, dentro da jornada para recuperação da eficiência agrícola.

De acordo com  o presidente-executivo da companhia, Ricardo Mussa, durante teleconferência de resultados, o objetivo é elevar a moagem de cana para cerca de 80 milhões de toneladas na próxima temporada (2023/24), que se inicia em abril.

“Devemos ter um pouco mais de 8% de aumento, atingiremos 80 milhões de toneladas de moagem, estamos muito confiantes, tivemos bom plantio, o tempo está bom até agora, os riscos de não atingirmos os resultados de produtividade estão ficando mais baixos”, afirmou.

No acumulado dos nove meses da safra, a redução da moagem e do ATR (135,9 kg/ton), parcialmente compensadas pela leve melhora do TCH (+1%), que atingiu 69,5 t/ha resultou em um volume 5% inferior de açúcar equivalente produzido.

Mesmo com um TCH ainda baixo, se comparado a outros anos, a Raízen destacou as produtividades médias de seus canaviais de primeiro e segundo corte que atingiram 104 t/ha e 85 t/ha, respectivamente. “A cana de 1º corte da Raízen segue com performance superior à média do Centro-Sul, suportada pelo robusto plano de investimentos e gestão em toda nossa operação. Na cana de 2º corte, recuperamos o nível de produtividade em relação à região Centro Sul, com forte ganho em relação ao ano safra anterior, de 16%”, afirmou em relatório.

Etanol e açúcar

O mix de produção foi igualmente dividido entre açúcar e etanol (50%-50%), alinhado à estratégia de comercialização para a safra.  A Raízen fabricou 4,77 milhões de toneladas de açúcar (-7,8%) e 3 bilhões de litros de etanol (-2,9%) ao longo da temporada.

O  volume de vendas de etanol, que inclui o produto de terceiros, somou 4,57 bilhões de litros no acumulado da safra, com alta de 31% ante o período anterior. A empresa ressaltou que está privilegiando a venda de etanol industrial e combustível para clientes globais, como Estados Unidos, Japão e Europa, com precificação diferenciada.

Já o volume total de vendas de açúcar somou 9 milhões de toneladas no acumulado da safra, alta de 46,8% na mesma comparação. No período, a Raízen teve um aumento de 10% no preço médio do adoçante em relação ao ano anterior.

O resultado, de acordo com a companhia, reflete a estratégia de fixação dos preços em meio a um cenário mais positivo para a commodity, além da captura de prêmio pela maior participação da Raízen nas vendas diretas para o destino, que já representam mais de 60% das vendas”, afirma.

Aumento de área plantada e E2G

Só durante o terceiro trimestre da safra 2022/23, a Raízen investiu R$3 bilhões, 42% a mais do que no período anterior. Os principais investimentos foram em plantio e tratos culturais, aumentando a área com a incorporação das operações da Biosev e com o aumento efetivo de área plantada. Foram 68 mil hectares versos 57 mil hectares no acumulado da safra 21’22, alta de 19%.

Segundo a Raízen, o aumento do CAPEX decorre do efeito inflacionário nos preços de insumos agrícolas, aço, diesel e mão de obra, que impactaram os valores unitários de plantio, trato e custos de manutenção industrial em geral.

“Os investimentos operacionais somaram R$ 454 milhões (+8%) com gastos relacionados a aquisição de equipamentos agrícolas, iniciativas para melhorias operacionais e segurança dos nossos times e meio ambiente”, afirmou a companhia em relatório.

Em projetos, os investimentos totalizaram R$ 1,5 bilhões no acumulado do ano, refletindo o ciclo de expansão do portfólio de Renováveis. A Raízen avançou a construção das 3 plantas de E2G, com R$ 818 milhões investidos no ano. Os demais projetos incluem os investimentos na construção das plantas de Biogás (R$ 81 milhões) e em cogeração de energia (R$ 130 milhões).

Natália Cherubin para RPAnews
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