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Raízen trabalha com o máximo de estoques de etanol na safra 2020/21
Da Redação
O cenário atual que se instalou no mercado de etanol é muito difícil diante da queda do preço e da demanda do biocombustível, o que afeta sobretudo o período do início de safra para muitas usinas sucroenergéticas. No entanto, grupos mais capitalizados, como é o caso da Raízen, tem como estratégia reduzir as vendas nesse período, armazenando mais etanol para fazer a venda na entressafra, quando os preços são melhores.
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Esse ano não vai ser diferente para a companhia, de acordo com Ricardo Mussa, CEO da Raízen, em live realizada pelo Jornal Valor Econômico, ontem, 11.
“Temos dois aspectos. A Raízen já vinha nos últimos anos fazendo uma boa gestão de risco, então conseguimos travar o nosso etanol com o que chamamos proxy hedging, quando fazemos um hedge da gasolina. Por isso, somos menos afetados nesse momento. Mas nossa estratégia é vender o mínimo possível na safra e levar etanol para a entressafra”, disse em Mussa.
Cide e estocagem
Ao ser questionado sobre o aumento da Cide – que não foi autorizada pelo governo – o CEO da Raízen disse que a companhia vê com muito bons olhos qualquer ação temporária do governo que ajude o setor nesse período.
“Infelizmente vimos que essa posição firme do governo não deve atender esse pleito da Cide, o que torna a vida do setor mais complexo, principalmente nesse período de safra. Teremos empresas que não vão conseguir, ou por falta de armazenagem ou por falta de capacidade financeira, fazer o que estamos fazendo aqui, vender menos no período de safra e focar mais na entressafra”, afirmou.
A Raízen, de acordo com Mussa, entrou na safra 2020/21 muito bem posicionada financeiramente, com bastante caixa, já prevendo uma situação mais complicada.
“Temos bastante capacidade de armazenagem. A Raízen não vê nenhum problema de armazenamento e de caixa. Não estamos mudando nossos planos. Entrou o ano safra com muita capacidade de caixa”, disse.
O problema, de acordo com ele, é a volatilidade. “A dificuldade agora é de tomar qualquer ação muito drástica de um lado ou do outro. Agora o importante é ter flexibilidade, gestão de risco na medida correta e ter o que temos, caixa e capacidade de armazenagem para passarmos esse momento”, disse.
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