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Redução de custo no plantio de cana por meio do monitoramento agrícola

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O monitoramento efetivo das operações como o plantio, é capaz de otimizar em até 5 hectares por dia por frente, sem considerar a redução de até 30% no consumo de diesel

*Por Matheus Tobias 

O único problema dessa reta é que termina numa curva”. Para toda colheita é necessário o plantio. E é a partir do dia primeiro de fevereiro que se abriu a temporada de plantio de cana-de-açúcar na maioria das regiões produtoras do Centro-Sul brasileiro.

Mas muitas empresas perguntam e respondem: “E agora? O que o COA vai fazer?” “Vamos dar férias coletivas para o pessoal e retornar com tudo na safra!”. Pense bem, como você vai ter uma boa performance de colheita se não plantou com qualidade?

Para garantir  qualidade precisamos monitorar as operações. E quem faz isso? O COA (Centro de Operações Agrícolas). Vamos “virar a chave” para o plantio. E vem as perguntas: Quais são os indicadores? Quais as métricas de tempos? Quais são os padrões operacionais de maior performance?

Antes de tudo, precisamos entender quais as modalidades de plantio praticamos na cultura da cana-de-açúcar. Hoje, grande parte do segmento faz o plantio manual ou plantio de banqueta, o plantio mecanizado e/ou o plantio de desdobra (Meiosi).

Plantio manual ou de banqueta

Esta modalidade tem voltado à tona, visto que a aderência ao plantio mecanizado tenha baixado devido as questões de falhas operacionais que impactam diretamente na produtividade do canavial, o que vem “ofuscando o brilho da mecanização”.

Essa modalidade tem uma necessidade baixa de mudas e pode ser implementado em qualquer declividade e ambiente. Os principais indicadores para monitoramento desse plantio via COA são:

  • Insumos (dose, molécula, regulagem);
  • Quantidade de cana por metro linear;
  • Rendimento operação mecanizada (Velocidade, Regulagem / Sulcação e Cobrição);
  • Motor ocioso dos equipamentos;
  • RPM;
  • Deslocamento improdutivo (distância da muda, distância do monte, tiro)
  • E Disponibilidade mecânica.

Plantio Mecanizado

Por se tratar de mecanização, a telemetria acaba surtindo maior efeito quando o assunto é monitoramento. Essa modalidade também exige menos mão de obra rural, tem maior rendimento operacional e mais indicadores que podem ser monitorados remotamente.

Além disso, tem uma maior necessidade baixa de mudas, tem algumas restrições de declividade e/ou relevo. Sistematização de alto rendimento é uma boa alternativa nesta modalidade, com rebaixamento de curvas e otimização de tiros. Neste caso, os principais indicadores para monitoramento via COA são:

  • Rendimento h/máquina.;
  • Monitoramento do transporte de muda (Indicadores Logísticos);
  • Rendimento operação mecanizada (velocidade, regulagem/sulcação e Cobrição);
  • Motor ocioso dos equipamentos;
  • RPM;
  • Deslocamento improdutivo (distância da muda, distância do monte, tiro)
  • E Disponibilidade mecânica.

Plantio de Desdobra

Idêntico ao plantio manual, porém com a disponibilidade da muda estar na própria fazenda à 1,5m de distância. Menor número de processos mecanizados, mantém os mesmos indicadores do plantio manual, porém agregando indicadores qualitativos.

Esta modalidade de plantio é a mais economicamente viável, com menor índices de consumo de combustível, mudas e insumos. Rendimento de rurícolas é 3x maior que no caso do manual convencional. Aqui, os principais indicadores para monitoramento via COA seriam:

  • Insumos (dose, molécula, regulagem);
  • Quantidade de cana por metro linear;
  • Rendimento operação mecanizada (velocidade, regulagem / sulcação e cobrição);
  • Motor ocioso dos equipamentos;
  • RPM;
  • Deslocamento improdutivo (distância da muda, distância do monte, tiro);
  • Disponibilidade mecânica;
  • E qualidade da linha-mãe (taxa, sanidade, pragas, fito etc)

O monitoramento efetivo das operações agrícolas é capaz de otimizar em até 5 hectares por dia por frente de plantio, sem considerar a redução de até 30% no consumo de diesel. Isto em um cenário com frentes de plantio mecanizado composto por quatro plantadoras.

Mas como consigo otimizar essa produção na minha operação somente com o monitoramento do Centro de Operações Agrícola? O COA/CIA por si só não faz milagres.

É preciso entender que o monitoramento é uma ferramenta de otimização e a padronização operacional é a chave para potencializar a produção. Saber quais são os indicadores e como são medidos ou quais os parâmetros não garante que as reduções ou otimizações aconteçam.

É necessário entender que o processo é monitorado por pessoas, gerido por pessoas e realizados por pessoas.  O treinamento é o diferencial entre ter uma sala com televisores chamando de COA, e ter essa mesma sala e fazer com que os colaboradores desse COA entendam que o monitoramento é capaz de alinhar os processos que acontecem no campo, motivando e engajando a operação à alcançar os resultados esperados por eles e capacitar a gestão munindo de informações que são essenciais e relevantes para o ciclo perfeito dos processos agrícolas.

Fazer com que este setor (COA), agregue valor nos processos agrícolas potencializando não somente a operação, mas fazendo com que A OPERAÇÃO seja parte do processo produtivo, instruindo e capacitando os operadores para que eles entendam que os resultados deles são imprescindíveis para que a empresa alcance a rentabilidade e consiga competitividade dentre grandes players do setor.

 

*Matheus Tobias é coordenador de Planejamento e Controle Agrícola na Usina Santa Adélia e CEO do Coa e Cia Consultoria e Treinamento

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