Na safra 2025/26, as usinas do Centro-Sul processaram 49,82 milhões de toneladas de cana-de-açúcar na primeira quinzena de julho, um avanço de 14,77% em relação ao mesmo período da safra passada, quando foram moídas 43,41 milhões de toneladas. Apesar do bom desempenho no mês, o acumulado da safra até 16 de julho mostra queda de 9,61%: foram processadas 256,14 milhões de toneladas ante 283,36 milhões no mesmo intervalo do ciclo 2024/25.
O número de unidades em operação também ficou praticamente estável. Na primeira metade de julho deste ano, 257 unidades estavam em atividade na região Centro-Sul — 237 moendo cana, dez processando milho e dez usinas flex. No mesmo período do ano passado, 259 unidades operavam.
A qualidade da matéria-prima continua sendo um ponto de atenção. O teor de Açúcares Totais Recuperáveis (ATR) registrado em julho foi de 133,66 kg por tonelada, queda de 6,82% em comparação aos 143,45 kg do ciclo anterior. No acumulado da safra, o ATR médio está em 124,37 kg por tonelada.
Segundo Luciano Rodrigues, diretor de inteligência setorial da UNICA, o clima mais chuvoso e as condições adversas desde o início do ciclo estão impactando negativamente a concentração de açúcares na planta. “Esses dados reforçam um cenário de deterioração na qualidade da matéria-prima, com implicações negativas no rendimento industrial da safra 2025/26”, afirma. A queda acumulada no ATR chega a 4,81%, e somente na primeira quinzena de julho, houve redução de cerca de 10 kg por tonelada.
Produção de açúcar e etanol
A produção de açúcar na primeira metade de julho somou 3,41 milhões de toneladas. No acumulado da safra, foram produzidas 15,66 milhões de toneladas — queda de 9,22% em relação às 17,25 milhões de toneladas do mesmo período do ciclo passado.
Já a produção de etanol atingiu 2,19 bilhões de litros na quinzena, com crescimento tanto no hidratado (1,33 bilhão de litros, +1,93%) quanto no anidro (865,66 milhões de litros, +3,01%). No entanto, no acumulado da safra, a produção total do biocombustível registra queda de 12,02%, somando 11,62 bilhões de litros — sendo 7,45 bilhões de litros de etanol hidratado (-11,39%) e 4,17 bilhões de litros de anidro (-13,12%).
Destaque para o etanol de milho, que representou 17,55% do total produzido na primeira quinzena de julho, com 384,93 milhões de litros — aumento de 23% na comparação com o mesmo período da safra 2024/25. No acumulado, a produção a partir do cereal totaliza 2,56 bilhões de litros, alta de 22,25%.
Vendas de etanol
As vendas de etanol na primeira metade de julho somaram 1,38 bilhão de litros. O etanol anidro apresentou crescimento de 2,71% nas vendas, com 517,99 milhões de litros comercializados, enquanto o hidratado caiu 6,15%, totalizando 858,12 milhões de litros.
No mercado interno, foram vendidos 823,53 milhões de litros de hidratado e 514,95 milhões de litros de anidro (+7,96%). No acumulado da safra até 16 de julho, as vendas totais alcançam 9,93 bilhões de litros, com retração de 2,68%. O etanol hidratado respondeu por 6,35 bilhões de litros (-5,31%) e o anidro por 3,59 bilhões de litros (+2,35%).
Mercado de CBios
Até 29 de julho, a emissão de CBios por produtores de biocombustíveis somava 24,76 milhões de créditos em 2025. O total disponível para negociação — considerando emissores, partes obrigadas e não obrigadas — chega a 29,24 milhões de créditos.
Somando os CBios disponíveis e os já aposentados para cumprimento da meta do ano, cerca de 83% da meta anual do RenovaBio já foi atendida.