A São Martinho projeta que a nova planta de etanol de milho terá retorno mínimo superior a 20%, mesmo em um cenário conservador. Segundo o diretor financeiro e de relações com investidores, Felipe Vicchiato, a simulação considera “milho a R$ 60 e a R$ 65; e petróleo abaixo de US$ 60” e leva em conta o projeto “mesmo alavancado”.
A projeção foi apresentada nesta terça-feira, 12, em teleconferência para comentar os resultados do primeiro trimestre do ciclo 2025/26. “Esse é retorno mínimo que a gente exige aqui, principalmente considerando o cenário atual de taxas de juros”, disse o executivo.
Ele reforçou que, sem o apoio de linhas de crédito específicas, o investimento não teria sido aprovado. “Se não fosse o apoio da Finep e do BNDES, dificilmente seria um projeto que a gente conseguiria aprovar nesse momento de custo de crédito, de CDI muito alto”, afirmou.
O financiamento das instituições foi apontado como decisivo para a aprovação pelo conselho. “Afinal vão ser três anos de investimento e a gente precisa de carência, precisa de uma taxa um pouco mais de um país civilizado, vamos assim dizer, que é no nível de 8%, 9%”, disse.
Na segunda-feira, a São Martinho anunciou investimento de R$ 1,1 bilhão na ampliação da planta localizada em Quirinópolis (GO), anexa à usina Boa Vista, de cana-de-açúcar. A capacidade de processamento de milho será ampliada em 635 mil toneladas anuais.
Parte do financiamento, no total de R$ 728 milhões, será captado por meio das linhas Fundo Clima e Finem do BNDES e pela linha de Inovação da Finep, com prazo total de 12 anos e carência de 2 anos.
Agência Estado| Leandro Silveira