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São Martinho registra alta na moagem, mas queda de 55% no lucro líquido do segundo trimestre da safra 2024/25

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Com muita liquidez no caixa, São Martinho terá safra tranquila

Companhia registrou nos primeiros seis meses da safra 2024/25, a moagem de 17,95 milhões de toneladas, 2,6% acima do mesmo período da safra 2023/24

A São Martinho, um dos grupos sucroenergéticos mais importantes do Brasil, registrou um lucro líquido de R$ 187,5 milhões no 2T25, queda de 55,2% se comparado ao 2T24, quando a companhia registrou R$ 418,09 milhões. No primeiro semestre a companhia teve um lucro líquido de R$ 293,8 milhões, redução de 54%, que, segundo a São Martinho em relatório de resultados divulgados hoje, 12, se deu principalmente devido ao término do recebimento das parcelas do Precatório Copersucar (IAA).

O EBITDA Ajustado da companhia atingiu R$ 943,1 milhões no 2T25, alta de 44,0% quando comparado ao mesmo período da safra anterior (2T24), com margem EBITDA Ajustado de 48,1% e R$ 1.615,4 milhões no 6M25 (+33,3%) com margem de 44,7%. “A performance, no trimestre e semestre, deve-se aos maiores preços e volumes comercializados (ATR vendido), com destaque para o etanol”, afirmou a companhia em relatório.

O EBIT Ajustado somou R$ 497,2 milhões (+66,9% vs. 2T24), com margem EBIT Ajustado de 25,4%, no 2T25. No primeiro semestre da safra, o indicador somou R$ 804,9 milhões (+56,8%), com margem EBIT Ajustado de 22,3%. A evolução, ao longo do ano, reflete a combinação de maiores preço e volumes comercializados, e à redução do custo caixa unitário nas operações de cana-de-açúcar (-5,9% vs. 6M24).

O Índice de Alavancagem da São Martinho foi equivalente a 1,35x Dívida Líquida/EBITDA Ajustado LTM ao final do 2T25. Em 30 de setembro de 2024, segundo a companhia, as fixações de preço de açúcar para a safra 24/25 totalizavam ~428 mil toneladas, a um preço de ~R$ 2.387/ton. Para safra 25/26 estão fixadas cerca de 295 mil toneladas a ~R$ 2.497/ton.

Companhia processou quase espera moer 22 milhões de t

No primeiro semestre da safra 2024/25 a São Martinho processou cerca de 18 milhões de toneladas de cana-de-açúcar, uma expansão de 2,6% em relação ao mesmo período da safra 23/24, decorrente, principalmente, da maior utilização da capacidade instalada e quantidade de cana de terceiros (+4,8%).

“As queimadas que atingiram o interior do estado de São Paulo ao longo do trimestre, em especial no final do mês de agosto, com índices históricos de ocorrência, ocasionaram uma aceleração do ritmo de moagem com aumento do processamento diário de matéria-prima. Tais queimadas ocasionaram também uma menor disponibilidade de matéria-prima para o complemento da safra 24/25 (-1,0%) conforme atualização do Guidance publicada via fato relevante em 11 de novembro de 2024”, afirmou a companhia em relatório.

Na safra as operações de cana-de-açúcar da São Martinho produziram aproximadamente 1,1 milhões de toneladas de açúcar (-1,9% vs. 6M24) e 813,1 mil metros cúbicos de etanol (+13,1%), consequência da alteração do mix de produto causado pelas queimadas. O processamento de milho adicionou 109,7 mil m3 de etanol (+33,5%) e 70,9 mil toneladas de DDGS (+29,6%), confirmando o atingimento de parâmetros de projeto na operação e performance superior ao mesmo período da safra anterior, impactada pelo ramp-up da fábrica.

A operação combinada de cana-de-açúcar e processamento de milho produziu um total de 2.731,7 mil t de ATR (+7,1% vs. 6M24), dos quais 2.540,4 mil tons (+5,5%) advindos da moagem de cana-de-açúcar. O ATR médio cresceu 2,8% devido ao clima mais seco no período.

De acordo com a São Martinho, as estimativas de volumes de matéria-prima disponíveis para processamento e as projeções de produção para a safra 24/25 foram revisadas. Nas operações de cana-de açúcar estima-se um total de 3.163,1 mil toneladas de ATR Produzido para a safra 2024/25 (em linha com o Guidance inicial), efeito da moagem de 22,2 milhões de toneladas de cana (redução de 1,0% em relação ao Guidance inicial), e um ATR médio de 142,7 Kg/ton (1,3% acima do Guidance inicial).

O mix de produção passa a ser mais alcooleiro com a expectativa de destinação de 44% dos açúcares totais recuperáveis à produção de açúcar, redução de 8% em relação ao Guidance inicial. “As novas estimativas refletem i) o impacto dos incêndios ocorridos entre os dias 22 e 25 de agosto de 2024 na disponibilidade de matéria prima e conversão industrial de ATR em açúcar, e ii) o baixo volume de chuvas e
consequente déficit hídrico ao longo da safra, com efeito no maior ATR médio previsto para safra 2024/25”, afirmou a companhia em relatório.

 

Etanol de milho

Para a safra 2024/25 é esperado que a planta de etanol de milho processe 500,0 mil tons de milho (aumento de 1,0% vs. Guidance inicial) produzindo aproximadamente 210,2 mil m3 de etanol (aumento de 5,1% em relação ao Guidance inicial), 134,2 mil tons de DDGS (em linha com o Guidance anterior) e 7,5 mil toneladas de óleo de milho (redução de 11,8% vs. o Guidance original).

Segundo a companhia, a revisão de expectativas decorre da estabilização operacional da planta de etanol milho em plena capacidade de moagem e da maior eficiência industrial na conversão de milho em etanol.

Investimentos em manutenção cresceram 2,6%

O valor estimado para o Capex de Manutenção é de R$ 1.950,0 milhões, um aumento de 2,6% em relação ao Guidance inicial, decorrente de iniciativas de plantio de cana-de-açúcar e reforma do canavial visando maior disponibilidade de matéria-prima para períodos subsequentes.

Quanto ao capex dedicado à Melhoria Operacional, estima-se um total de R$ 100 milhões em linha com o Guidance inicial, voltado à necessidade de reposições de frota agrícola e industrial. Em relação à Modernização/Expansão, o montante previsto é de aproximadamente R$ 670 milhões (+35,3% visà-vis Guidance inical), contemplando os investimentos aprovados para a safra, incluindo: (i) projeto de Biometano na Unidade Santa Cruz, conforme Fato Relevante publicado em 30/10/2023, (ii) projeto inicial de
colhedoras de duas linhas na Unidade São Martinho, iii) expansão da capacidade de cristalização nas unidades de São Paulo, adicionando cerca de 100 mil toneladas de açúcar a partir da safra 2025/26, iv) expansão das áreas irrigadas nas unidades São Martinho e Santa Cruz, atingindo cerca de 50 mil hectares de irrigação em toda a companhia, visando produtividade e longevidade do canavial v) investimentos menores, aprovados ao longo da safra, que apresentam taxa de retorno desalavancado entre 15% e 20% a.a. em média.

“Estima-se um investimento complementar de R$ 80 milhões em Tratos Culturais, visando preservar a produtividade e minimizar os impactos para safras seguintes dos focos de incêndio que atingiram os canaviais da companhia em agosto/2024. O Guidance de Capex Total para a safra 2024/25 foi revisado para R$ 2,8 bilhões”, afirmou a companhia.

Natália Cherubin para RPAnews
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