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São Martinho registra alta produção e receita líquida, mas queda de 51% no lucro líquido

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Com muita liquidez no caixa, São Martinho terá safra tranquila

Os dados do 3ºtrimestre da safra 2023/24 mostram que a companhia atingiu um lucro líquido de R$ 210,6 milhões

A São Martinho, uma dos mais importantes grupos sucroenergéticos do país, apresentou no acumulado da safra 2023/24 um crescimento de 15,2% na moagem da safra 2023/24, atingindo 23,06 milhões de t de cana, próximo a sua capacidade industrial de 24 milhões, mas apresentou quedas no resultado financeiro que compreende ao período do 3º trimestre da safra 2023/24. Os dados são do último relatório da companhia, divulgado na última sexta-feira, dia 09.

A receita líquida da São Martinho alcançou R$ 1.609,3 milhões no 3T24, uma expansão de 4,9% relativo ao 3T23. Segundo a companhia, isso é reflexo do melhor desempenho do açúcar, com melhores preços e maiores volumes, parcialmente compensado por menores preços e volumes de etanol comercializado.

No acumulado da safra, a receita líquida somou R$ 4.499,3 milhões, uma retração de 6,8% em relação a igual período da safra anterior, devido dinâmica de preços e volumes de etanol que afetaram o período, a venda de estoques de etanol no 1T23, distorcendo a base de comparação (aproximadamente 113,5 mil m3 produzidos na safra 21/22), e também devido a estratégia da comercialização do biocombustível no último trimestre da safra corrente, buscando uma melhor precificação.

A receita líquida das vendas de açúcar somou R$ 829,2 milhões no 3T24, um aumento de 43,5% frente a 3T23, decorrente de melhores preços (+23,1%) e maior volume (+16,6%) comercializados no período. No acumulado de nove meses da safra, a receita avançou 46,8% frente igual período da safra anterior, totalizando R$ 2.435,9 milhões, motivado por maiores preços (+20,6%) e volumes (+21,7%).

A receita líquida das vendas de etanol apresentou contração de 27,2% no 3T24 vis-à-vis 3T23 somando R$ 621,6 milhões, reflexo dos menores preços (-23,6%) e volumes (-4,7%) comercializados no período. No 9M24, a receita do biocombustível totalizou R$ 1.560,9 milhões (-42,0% vs 9M23) devido aos menores preços (-26,0%) e volumes de comercialização (-21,5%) no período.

A receita líquida de comercialização de energia elétrica somou R$ 57,7 milhões no 3T24, um crescimento de 15,7% em relação ao 3T23, decorrente do maior volume comercializado (+44,0%), parcialmente compensado pelo menor preço (-19,7%) no período. No 9M24 a receita líquida alcançou R$ 185,0 milhões, representando uma contração de 4,0% vis-à-vis 9M23, devido à combinação de menores preços de comercialização (-1,1%) e menores volumes (-3,0%) no período.

Já o lucro líquido registrou uma queda de 51% no período, atingindo R$ 210,6 milhões. No mesmo período da safra anterior (3T23) a companhia registrou um lucro líquido de R$429,692. De acordo com a São Martinho, a queda acontece devido, principalmente, ao reconhecimento antecipado do Precatório da Copersucar de 2023. No acumulado (9M24) o Lucro Líquido acumulou R$ 848,9 milhões, queda de 1,7%.

O EBITDA Ajustado totalizou R$ 703,8 milhões no 3T24, queda de 9,2%, com margem EBITDA Ajustado de 43,7%, e R$ 1.916,1 milhões no 9M24 (-21,4%) com margem de 42,6%. A performance no trimestre e acumulada deve-se, segundo Felipe Vecchiato, diretor financeiro e de Relações com Investidores, aos menores preços e volumes comercializados de etanol, parcialmente compensados por maiores preços e volumes de açúcar e ao aumento de custos no 3T24, que foi de 7,2%, decorrente da extensão do período de moagem até dezembro.

O EBIT Ajustado somou R$ 250,3 milhões (-29,9% vs 3T23), com margem de 15,6%, no 3T24. Na safra o indicador acumulou R$ 763,8 milhões (-38,5% vs 9M23). O índice de alavancagem da companhia foi equivalente a 1,66x Dívida Líquida/EBITDA Ajustado LTM ao final do 3T24.

Em 31 de dezembro de 2023, as fixações de preço de açúcar para a safra 23/24 totalizavam cerca de 386 mil toneladas, a um preço de R$ 2.608/t. Para a safra 24/25 estavam fixadas, na mesma data, cerca de 503 mil toneladas de açúcar a R$ 2.694/t.

Moagem de cana chegou a 23,1 milhões de t

A São Martinho apresentou um crescimento de 15,2% na moagem da safra 2023/24, atingindo 23,067 milhões de t de cana, número próximo a sua capacidade industrial de 24 milhões. Os números, de acordo com a companhia, são reflexo da melhora de produtividade, que cresceu 19,2%, chegando a 84,8 t/ha. No entanto, devido aos 2,4% na queda do ATR médio, por conta das chuvas, fazendo com que o crescimento do ATR/ha tenha sido um pouco menor, que ficou entre 12 e 13%.

De acordo com a companhia, em seu relatório, o avanço operacional observado decorre da normalização das condições climáticas entre outubro de 2022 e setembro de 2023, do manejo agrícola diferenciado e uso de variedades genéticas de maior produtividade. Além disso, de investimentos, principalmente em tratos culturais, ocorridos nas safras anteriores.

Na safra foram produzidas cerca de 1.468,3 mil toneladas de açúcar, alta de 21,7%, e 948,0 mil metros cúbicos de etanol (+5,5%), reflexo da melhor produtividade da cana e mix mais açucareiro no período.

O processamento de milho, segundo a companhia, contribuiu com 132,0 mil m3 deste etanol, além de adicionais 85,8 mil toneladas de DDGS. A operação combinada de cana-de-açúcar e processamento de milho produziu, nos primeiros 9 meses da safra, um total de 3.381,7 mil t de ATR (+20,6%), dos quais 3.155,1 mil t (+12,5%) foram provenientes da moagem de cana-de-açúcar.

“O ramp-up operacional da planta de etanol de milho na Unidade Boa Vista (UBV), em Goiás, foi concluído no 3T24 e a fábrica atingiu sua plena capacidade de processamento, acumulando moagem de 332,7 mil toneladas até 31 de dezembro de 2023”, disse a companhia em seu relatório.

Natália Cherubin para RPAnews
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