A São Martinho S.A. revisou para baixo suas estimativas de produção e investimentos para a safra 2025/26, em razão das condições climáticas desfavoráveis registradas no início do ano. Segundo a companhia, a menor ocorrência de chuvas entre janeiro e maio de 2025 prejudicou a produtividade dos canaviais e reduziu o teor de açúcar da matéria-prima.
De acordo com o diretor financeiro e de Relações com Investidores, Felipe Vicchiato, em nota, “a produtividade agrícola e o ATR médio foram impactados por um regime de chuvas abaixo da média, refletindo não apenas nas operações da São Martinho, mas também em boa parte do setor sucroenergético”.
Com o ajuste, a companhia passou a estimar 3,027 milhões de toneladas de Açúcar Total Recuperável (ATR), queda de 4,2% em relação ao guidance anterior. A moagem de cana deve atingir 22 milhões de toneladas, recuo de 2,7%, e o ATR médio foi revisado para 137,6 kg/tonelada, redução de 1,6%.
Os dados atualizados apontam produção de 1,42 milhão de toneladas de açúcar, 914,6 milhões de litros de etanol, 896,4 mil MWh de energia exportada e 20,6 mil toneladas de levedura, com mix alcooleiro, destinando 49% do ATR à produção de açúcar. “O mix reflete as atuais condições de mercado do açúcar e do etanol”, explicou Vicchiato em nota. A companhia também destacou que as projeções para o etanol de milho permanecem inalteradas.
No campo dos investimentos, o Capex total previsto para a safra foi revisado para R$ 2,8 bilhões, representando uma redução de 5,3% em relação ao guidance publicado em agosto. O Capex de manutenção foi ajustado para R$ 1,9 bilhão (-4%), reflexo de iniciativas de otimização e redução de custos nas atividades agrícolas e ajustes no cronograma agroindustrial.
Já o Capex de melhoria operacional foi revisto para R$ 104,9 milhões (-16,1%), e o Capex de modernização e expansão para R$ 821 milhões (-6,8%), devido ao cronograma de desembolso de projetos em fase final.
A companhia ainda destacou em nota, que as estimativas divulgadas envolvem “riscos, incertezas e premissas que podem ser afetadas por fatores climáticos, operacionais e setoriais”, o que pode fazer com que os resultados futuros se desviem dos números projetados.
Natália Cherubin para RPAnews

