Agrícola
Tecnologia traz segurança, redução de custos e de mão de obra para operação de distribuição de tubos de vinhaça
A distribuição efetiva usando o Hauler é mais rápida, com um tempo reduzido em 40% em comparação com métodos tradicionais
Embora muitas usinas sucroenergéticas façam a aplicação da vinhaça de forma também localizada, grande parte da fertirrigação ainda é realizada por meio de aspersores. E, para que essa vinhaça chegue até os aspersores são montadas e desmontadas diariamente diversas linhas de tubos para condução da vinhaça.
Hoje, as usinas realizam o transporte de tubos de vinhaça de duas formas. Por meio de carretas escama de peixe tracionadas por tratores, que, no entanto, possuem uma pouca capacidade de carga, transportando reduzido número de tubos. Outra forma é com o uso de caminhões não automatizados, ou seja, para a distribuição de tubos são necessárias cerca de cinco pessoas para posicionar os tubos no chão.
“Duas pessoas ficam encima do caminhão nas extremidades dos tubos conduzindo estes da pilha para dois outros colaboradores que andam a pé ao lado do caminhão. Esses últimos recebem o tubo e o conduzem até o chão. No entanto, essa operação tem ocasionado diversos acidentes, o que vem inviabilizando essa operação para os grupos de usinas que consideram fundamental a segurança de seus colaboradores”, explica Domingos Guilherme Pellegrino Cerri, diretor de Pesquisa e Desenvolvimento da Agricef.
Pensando na morosidade da operação e, principalmente, na questão da segurança, a Agricef desenvolveu um caminhão que faz a distribuição automática destes tubos. O Hauler é uma máquina projetada para distribuir tubos de vinhaça e irrigação com segurança, eficiência, rapidez e com redução de custos.
O implemento realiza quatro operações fundamentais carregamento, distribuição, recolhimento e descarregamento. O Carregamento no Pátio é realizado manualmente por dois operadores devidamente treinados, o que garante segurança no manuseio e integridade dos tubos. A operação demora cerca de 10 minutos e não necessita amarração dos tubos, o que a torna segura, rápida e eficiente.
“O Hauler representa não apenas um avanço tecnológico, mas também um compromisso com a segurança, eficiência e produtividade no campo”, destaca Cerri.
Na operação de Distribuição no Campo, a máquina faz a liberação automática, monitorando a distância percorrida pelo caminhão e liberando os tubos a cada 6 metros. O operador, de dentro da cabine, controla por meio de uma interface a liberação dos tubos, iniciando e interrompendo a distribuição conforme necessário. A operação é realizada em uma velocidade de 3,5 km/h e demora cerca de 10 minutos para fazer a distribuição total da carga.
O Recolhimento no Campo é realizado também com a ajuda de dois operadores, que agrupam os tubos em pequenas pilhas para, na sequência, alimentar o caminhão, que se desloca em direção de cada pilha de tubos agrupados. A operação demora cerca de 15 minutos apenas e elimina riscos de acidentes, reduzindo a inatividade operacional.
Por último, a tecnologia realiza o Descarregamento no Pátio, que é realizado automaticamente, de forma também segura e eficaz, evitando danos nos tubos ou lesões nos operadores durante o processo. Neste momento, dois operadores são responsáveis por monitorar os tubos que são depositados no chão do pátio.
A tecnologia possui ainda um mecanismo opcional, para distribuir abraçadeiras de forma automática, sincronizado com sistema de distribuição de tubos, lançando duas abraçadeiras a cada dois tubos descarregados durante a operação. De acordo com Cerri, com uma capacidade de distribuição eficiente, a tecnologia permite o posicionamento preciso e controlado dos tubos no campo, garantindo uma distribuição uniforme e reduzindo o tempo necessário para concluir a operação.
“Com base em tubos de 6 metros de comprimento e 10 polegadas de diâmetro, a distribuição efetiva usando o Hauler é significativamente mais rápida, com um tempo reduzido em 40% em comparação com métodos tradicionais que usam carretas não automatizadas. Além de otimizar tempo, melhora a segurança operacional quando pensamos em ergonomia e prevenção de acidentes. Assim, ele resguarda a integridade dos colaboradores e reduz os custos associados a incidentes. Grandes grupos estão já fazendo uso dessa tecnologia, inclusive”, detalha.
Visando reduzir os riscos de esmagamentos ou impactos dos tubos com os operadores durante o processo de carregamento do caminhão, a Agricef desenvolveu um sistema que só permite o funcionamento dessa operação quando os operadores estão posição segura. Além disso, seis botões de emergências estão disponíveis: dois na cabine e quatro nas laterais, afim de serem acionados em qualquer situação de risco, tanto para o veículo como para os operadores.
Além da redução de acidentes, o uso da tecnologia reduz também o número de colaboradores envolvidos na operação. Apenas dois operadores e um motorista realizam o trabalho que anteriormente exigia cinco pessoas.
“Seu controle é realizado pelo monitor localizado na cabine do caminhão, no qual é possível controlar o processo de distribuição de forma objetiva e fácil. Além disso, para uma maior segurança, o sistema automatizado informa ao operador do monitor caso haja algum alerta ou problema no processo de distribuição”, complementa o diretor de Pesquisa e Desenvolvimento da Agricef.
A tecnologia, por possuir um sistema de fixação que permite sua instalação em uma variedade de modelos de caminhões com facilidade, pode ser adaptado a caminhões novos ou já em uso nas usinas. Segundo Cerri, isso proporciona flexibilidade aos agricultores ou empresas que possuem diferentes tipos de caminhões em sua frota.
“Independentemente do modelo de caminhão que a usina escolher, o Hauler pode ser adaptado, após avaliação e aprovação da nossa equipe de engenharia. É importante destacar que a solução também permite a distribuição no período noturno, com apenas o motorista em trabalho. Assim, a conexão dos tubos pode ser realizada em outro dia ou turno. Além disso, se o caminhão for configurado com a cabine estendida, o mesmo realizará o transporte da equipe de montagem dos tubos”, conclui Cerri.