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Unica diz ser ser favorável à revisão dos aspectos técnicos e econômicos do Consecana-SP

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Entidade ainda sugeriu a contratação de empresa externa e isenta para elaborar estudo para avaliar a atual situação do mercado de cana do Estado de São Paulo 

A Unica (União da Indústria de Cana-de-Açúcar e Bioenergia), afirmou ontem, 23, que os dados apresentados em relatório da Orplana (Organização das Associações de Produtores de Cana do Brasil), não condizem com a realidade.

“Os números apurados a partir de informações declaratórias não representam a realidade do mercado de cana-de-açúcar no Estado de São Paulo, inclusive a afirmação de que a maior parte dos produtores não recebe nenhum tipo de prêmio ou bonificação adicional ao valor de referência publicado pelo Consecana-SP”, disse a entidade em nota.

Na semana passada, a Orplana divulgou um conteúdo baseado em seu relatório no qual faz um pedido por uma melhor precificação da cana por parte do Consecana (Conselho de Produtores de Cana-de-Açúcar, Açúcar e Etanol do Estado de São Paulo), já que o valor pago atualmente, segundo a entidade é de US$ 26 por tonelada, o que ficaria aquém dos custos de produção e na retaguarda da tabela mundial.

Ainda segundo a Orplana, no mundo, os Estados Unidos é o país que melhor remunera os produtores de cana-de-açúcar ao pagar US$ 41,30 por tonelada; a Turquia aparece em segundo lugar com o valor de US$ 41,10. Já o Brasil aparece com precificações diferentes conforme o Estado, sendo que o Consecana de Pernambuco é que melhor valor paga – US$ 38,34 – por tonelada de cana, com os efeitos do açúcar.

“É crucial que a metodologia seja revisada. Outras culturas como soja, amendoim e milho estão tendo rendimentos melhores. Enquanto a cana, no modelo Consecana, tem resultado em déficit para o produtor, a soja e amendoim têm um resultado melhor. Infelizmente alguns dos produtores não computam todos os custos envolvidos na atividade e irão perceber depois o impacto em seu negócio”, argumenta o CEO da Orplana, José Guilherme Nogueira.

A Unica sugeriu a contratação de empresa externa e isenta para elaborar estudo visando avaliar a atual situação do mercado de cana-de-açúcar no Estado de São Paulo e apresentar um diagnóstico técnico e adequado sobre a tema.

 

“A ausência deste estudo impede qualquer afirmação assertiva sobre a dinâmica de precificação da cana-de-açúcar no Estado”, disse.

Além disso, a entidade ainda disse ser favorável à revisão dos aspectos técnicos e econômicos do Consecana-SP, respeitando as deliberações e premissas previstas nos acordos já celebrados, especialmente aquelas retratadas de forma clara e inequívoca na última atualização do Consecana-SP.

 

“O Consecana-SP tem como razão de existir a pré-disposição ao diálogo e o interesse na composição amigável de disputas, naturais à convivência no ambiente de negócios e somente existente em ambiente plural e democrático”, afirmou a Unica.

O Estudo 

 

De acordo com Nogueira, o estudo foi realizado junto com várias associações mundiais de produção de cana dentro do Congresso Internacional WABCG (Associação Mundial de Produtores de Cana e Beterraba Açucareira), realizado em Cali, na Colômbia, em junho deste ano.

“Conseguimos várias informações relevantes mostrando como se paga a cana no mundo. Agora precisamos avançar e conseguir resultados satisfatórios no Brasil”, detalha o CEO, que calcula que a defasagem esteja próxima de um reajuste de 25% a 30% do valor pago atualmente.

Com isso, a Orplana defende que medidas para apresentação de uma nova precificação da cana se mostram urgentes. “As usinas têm conseguido estar bem remuneradas e com incentivos fiscais ou regulatórios que não participam dentro do modelo e a ORPLANA observa o preço da cana ao redor do mundo. Os Estados Unidos lideram e remuneram inclusive o bagaço. Infelizmente, o nosso modelo ainda é inferior”, lamenta.

Natália Cherubin para RPAnews
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