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São Martinho terá produção de biometano na unidade Santa Cruz

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O investimento no projeto será de quase R$ 250 milhões e contará com financiamento do BNDES e FINEP 

A São Martinho, um dos maiores produtores de açúcar e etanol do Brasil, informou que o Conselho de Administração aprovou, ontem, 30, a implantação de uma unidade produtora de biometano, no município de Américo Brasiliense, em São Paulo.

Segundo a companhia, a unidade produtora será anexa à Unidade Santa Cruz e terá capacidade para produção aproximada de 15,6 milhões de m³ de biometano durante período de moagem, além da geração de Cbios referentes à produção de combustível renovável atrelada as melhores práticas de sustentabilidade.

Neste volume, ao substituir o consumo de gás natural fóssil, o uso do biometano da São Martinho tem o potencial de evitar a emissão de até 32 mil toneladas equivalentes de gases de efeito estufa, quantia compatível com 91 mil viagens de caminhão entre as cidades de São Paulo e Rio de Janeiro por ano, ou 250 viagens por dia.

O principal insumo utilizado na produção do biometano será a vinhaça (100% do volume produzido na USC), proveniente da produção do etanol de cana-de-açúcar, além de outros insumos químicos e de energia renovável gerada pela unidade.

O início da operação está previsto para o segundo semestre de 2025, com aproximadamente 40% da capacidade da planta entregue na safra 2025/26 e 100% a partir da safra 2026/27. O Cronograma de desembolso da obra será 30% na safra atual (2023/24), 60% na safra 24/25 e o restante na safra 2025/26.

O novo negócio faz parte de um plano diretor desenhado pela companhia com o objetivo de explorar a totalidade de seu potencial de geração de biometano a partir da vinhaça, cujo primeiro passo, estreado na unidade Santa Cruz, operacionaliza 20% desta ambição. Os 80% restantes estão sendo avaliados conforme as vantagens competitivas e particularidades de suas três demais unidades, São Martinho e Iracema, também no interior de SP, e Boa Vista, no interior de GO.

O investimento estimado, segundo Felipe Vicchiato, diretor Financeiro e de Relações com Investidores da São Martinho, é de aproximadamente R$ 250 milhões, contemplando o biodigestor (lagoas), equipamentos de purificação e dessulfurizarão do biogás em biometano, e investimentos em compressão e interligação com a rede de distribuição.

“A produção do biometano tem início com 20% do nosso potencial, conectado ao sistema de distribuição via gasoduto e capaz de oferecer uma alternativa renovável a uma região com alto consumo de combustível fóssil”, destaca Fabio Venturelli, presidente da São Martinho, sobre o projeto que possibilitará atendimento a clientes por meio da venda de biometano pressurizado ou injetado a partir de rede de distribuição de gás na região de Araraquara, nordeste do estado de São Paulo.

“Ainda vale reforçar que a vinhaça biodigerida seguirá sendo utilizada como adubo orgânico nos canaviais da unidade, como era feito antes com a vinhaça in natura. É mais um grande exemplo de economia circular na São Martinho, transformando em receita o que, antes, era visto como resíduo, e contribuindo de forma sustentável para o avanço econômico no uso de fontes renováveis de energia”, conclui Venturelli.

Para essa iniciativa, a Companhia conta com o financiamento do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) – no âmbito do programa BNDES Fundo Clima e do subprograma Energias Renováveis – e da Financiadora de Estudos e Projetos (FINEP) – do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI).  O prazo médio do financiamento é de aproximadamente 8 anos.

Segundo a companhia, diferentemente de outros projetos anunciados, a São Martinho irá operar em um modelo no qual é proprietária de 100% da molécula de biometano gerada, com autonomia de produção e comercialização.

Dentre outros aspectos, isso proporciona independência para utilizar a molécula da melhor forma possível, como dar continuidade ao desenvolvimento de testes e pesquisas na direção de substituir a utilização do diesel em sua frota própria, principalmente em caminhões que requerem alta potência e torque quando submetidos às condições de uso da operação canavieira. Tais testes estão em andamento desde 2016 na São Martinho.

Histórico do biogás na São Martinho

Desde 1987, a empresa trabalha com o desenvolvimento de tecnologias para fabricação do biogás a partir da vinhaça. Em 1993, entrou em operação na unidade São Martinho, em Pradópolis (SP) a primeira planta com tecnologia UASB (Upflow Anaerobic Sludge Blanket – Manta Anaeróbica de Lodo de Fluxo Ascendente), equipamento desenvolvido e patenteado pela empresa, que operou por mais de 20 anos, com utilização do biogás produzido para secagem de levedura.

Natália Cherubin para RPAnews
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