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Usina do norte fluminense usa meiosi e diminui custos na implantação do canavial

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Produtores de cana-de-açúcar do Norte Fluminense estão adotando o plantio no sistema de meiosi (Método Inter-rotacional Ocorrendo Simultaneamente) para diminuir os custos do cultivo da lavoura e driblar os efeitos da seca.

Pioneira na região, a Usina Nova Canabrava implantou um projeto-piloto em 500 hectares de terra. Nesta fase experimental, a cana-de-açúcar é intercalada com a crotalária, uma leguminosa que promove a fixação biológica do nitrogênio (FBN) no solo, reduzindo a necessidade de adubação. Os primeiros resultados são positivos: o custo geral de implantação da lavoura diminuiu cerca de 35% em relação ao método tradicional.

Na primeira etapa da Meiosi, são formadas as chamadas “linhas mães”, que são as linhas matrizes que fornecerão as mudas necessárias para o plantio do restante da área. Na Nova Canabrava, a taxa de desdobra das linhas mães é de 1 para 6. Ou seja, cada linha mãe produz muda suficiente para o plantio de outras seis linhas de cana em área total. Como a área plantada de cana é de apenas 15% do total, os custos de irrigação são menores e mais acessíveis aos produtores.

A empresa também utiliza o sistema de piloto automático com GPS nos tratores que trabalham na operação de sulcação (abertura dos sulcos onde são plantadas as mudas). Esse sistema garante que as linhas sejam perfeitamente paralelas umas às outras, o que melhora o aproveitamento da área. Mas a Meiosi também pode ser implantada sem o piloto automático com bons resultados.

“Algumas vantagens da utilização do sistema de Meiosi são a redução dos custos com adubação, eliminação das operações de transporte e descarregamento de mudas e formação da muda no próprio local de plantio, o que reduz consideravelmente o consumo de diesel. Outra vantagem é que a muda que seria utilizada no plantio poderá ser processada na indústria, gerando maior receita”, explica o engenheiro agrônomo João Pedro Oliveira Gonçalves.

Outros benefícios importantes desta técnica, observa João Pedro, são a elevação do teor de matéria orgânica no solo (adubação verde), a reciclagem de nutrientes, a possibilidade de rotação de culturas, a elevação do teor de nitrogênio no solo e a diminuição da população de nematoides fitopatogênicos (vermes de solo que atacam as raízes das plantas).

Satisfeita com os primeiros resultados, a Nova Canabrava pretende compartilhar esta técnica com os fornecedores da região — que em sua maioria são produtores familiares com pequenas propriedades, que dependem da cana para sobreviver. Para eles, a novidade pode garantir a diminuição nos custos de formação da lavoura.

“Estamos falando numa cultura tradicional, que movimenta a economia do Norte Fluminense há três séculos, gerando milhares de empregos. Os desafios que os produtores de cana enfrentam são grandes, mas não podemos ficar de braços cruzados. Vamos continuar trabalhando na busca de soluções para revitalizar o setor sucroalcooleiro. Já conseguimos grandes avanços, mas podemos fazer ainda mais”, afirma o gerente administrativo da Nova Canabrava, Alex Rossi.

Fonte: Ascom

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