A primeira estimativa de fixação de açúcar para a safra 2023/24 é carregada de ineditismo, pois normalmente num mês de maio costuma-se analisar a a safra que esta iniciando. Desta vez, no entanto, de acordo com Arnaldo Luiz Corrêa, diretor da Archer Consulting, com a safra que inicia tendo ultrapassado 80% do volume já fixados, já se olha para a safra seguinte, algo que nunca ocorreu com tanta antecedência.
“Por ser uma situação singular, não temos parâmetros para comparar a fixação atual com outras safras, mesmo porque, acredito que raramente experienciamos um cenário em que as usinas estivessem fixadas por duas safras de cana, pelo menos não com um percentual tão significativo como o de agora”, afirma.
Até o final de abril de 2022, de acordo com a Archer, um total acumulado de 4.2 milhões de toneladas de açúcar estavam fixadas ao preço médio de 17.26 centavos de dólar por libra-peso sem prêmio de polarização, equivalentes a um percentual de fixação de 17.5% do volume estimado de exportação para a safra 23/24, como mostra o gráfico no topo da página.
A fixação corresponde acima corresponde a R$ 2,259 por tonelada FOB Santos, com prêmio de polarização. Ela equivale a 95,09 centavos de reais por libra peso, com polarização, como mostra o gráfico ao lado.
A cotação média do real no mês de abril/22 foi de R$ 4,7468, uma queda de quase 16% em relação à média observada no mês anterior. Na bolsa de NY, o volume negociado em abril foi de 3.27 milhões de contratos futuros de açúcar aumento de 16% em relação àquele do mês anterior e 33% acima da média mensal no acumulado de 12 meses.
“É bom lembrar que nosso modelo calcula o volume total fixado. Dessa forma, o percentual informado depende de quanto estamos estimando de exportação para a safra 2023/24. Se nossa estimativa do volume exportado cair, evidentemente que o percentual fixado sobe”, disse Corrêa.