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Vendas de insumos continuam firmes no segmento sucroalcooleiro

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Diferentemente do que se esperava, a cana-de-açúcar não deverá ser o patinho feio do mercado de insumos agrícolas em 2020. Diante da pandemia, o segmento foi apontado como um dos que poderiam ter forte redução de investimentos, mas esse cenário não foi confirmado pela consultoria Pecege, que faz levantamentos junto a 88 usinas do Centro-Sul, responsáveis por 40% da moagem da matéria-prima no país.
Segundo Haroldo José Torres da Silva, gestor de projetos da Pecege, a tendência é de manutenção de investimentos em 2020/21 em reais, apesar da alta do dólar, o que para um setor que foi muito atingido pela crise econômica gerada pela covid-19 – e está, em geral, alavancado – chega a ser uma notícia positiva.
Em maio, o Pecege estimou o custo com insumos na formação do canavial na safra 2020/21 em R$ 3,039 mil por hectare, 5% mais que em 2019/20. No caso dos tratos de cana soca (raízes que sobram dentro e fora da terra depois do corte da cana), a alta na mesma comparação é de 4,8%, para R$ 1,258 mil por hectare.
Mesmo considerando que entre as duas safras, o dólar subiu 35% ante o real, para uma média de R$ 5,44, parte do efeito cambial foi neutralizado pela queda, também em dólar, do preço dos adubos. No período, esses insumos para cana (na média entre MAP, KCl e ureia) caíram 22,6% em moeda americana.
Em 2019/20, como de praxe, os fertilizantes responderam por 49,5% dos custos do produtor de cana com insumos, seguidos por herbicidas (26,1%) e inseticidas (13,4%).
Torres pondera que a cana é uma cultura na qual os investimentos tendem, anualmente, a andar de lado. E analisando o valor real (com a inflação corrigida) das aplicações de insumos entre as safras 2018/19 e 2019/20, foram gastos, em média, R$ 2,868 mil por hectare na formação de canavial e R$ 1,2 mil por hectare nos tratos de cana soca – quedas de 3,5% e 6,6% no ciclo recém-encerrado. O dólar, em 2018/19 foi cotado, em média, por R$ 3,785.
No início desta safra 2020/21, em abril, o horizonte era preocupante. “Ficamos assustados porque o pico da pandemia coincidiu com o início da safra 2020/21 e com o momento em que as usinas fazem o orçamento da temporada. Nessa hora, algumas falavam em corte de 10% nos investimentos”, diz Torres.
No papel, isso se traduziria na migração de tecnologias mais altas para medianas, no caso de agrotóxicos – e, num segundo momento, em redução da área tratada ou da dose aplicada. Assim, entre abril e maio o cenário que se desenhava era de queda na demanda por insumos para a cana em reais, analisa Torres.
Com a melhora na demanda por etanol em relação ao início da pandemia e aumento da remuneração do açúcar, isso tende a mudar. Em pesquisas com revendas e cooperativas, o Pecege já teve retorno de que os insumos para cana estão tendo boa vazão, enquanto hortifrútis e algodão são segmentos com retração.
No acumulado do ano até maio, Torres também observou que os agrotóxicos, que costumam ser o primeiro item cortado do orçamento das usinas em tempos de crise, tiveram alta de 5,8% na demanda em volume, o que é um sinal de manutenção de investimentos. A demanda por fertilizantes cresceu 2,1%. Ele nota que a mecanização aumentou a infestação por pragas nas lavouras, mas que os fertilizantes permanecem sendo o pilar das compras de insumos.
Ainda no primeiro trimestre de 2020, Torres reconhece que o cenário era mais positivo para o segmento sucroalcooleiro, o que pode ter contribuído para a alta na demanda por defensivos. E realça que as compras foram puxadas também pelos produtos com custo mais acessível no Brasil, que haviam sido estocados com câmbio defasado – e pelo próprio início da pandemia, que estimulou antecipação de compras para evitar problemas logísticos.
Neste segundo semestre, a preocupação é com investimentos nos tratos culturais e no plantio da cana que será colhida em 2021/22, geralmente plantada de outubro a maio. Isso porque o dólar continua forte.

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