Antes de os preços do açúcar cederem no fim de 2016 por causa da liquidação de posições dos fundos na bolsa, as usinas aproveitaram as cotações elevadas para fixar as vendas do produto já da próxima safra a valores mais altos do que os da temporada atual. Com isso, garantem um potencial de receita melhor para o ciclo 2017/18, mesmo que os preços percam força.
A fixação antecipada também evitou o impacto negativo da recente desvalorização do dólar sobre os preços de exportação de açúcar em real. Ontem, o preço do açúcar na moeda nacional ficou em R$ 1.420 a tonelada. Desde outubro, quando a commodity atingiu o pico em reais, esse valor já caiu mais de R$ 350 por tonelada
Até o fim do terceiro trimestre da safra 2016/17, a São Martinho fixou a venda de 500 mil toneladas de açúcar a um valor médio de R$ 1.589 por tonelada, 17% acima do valor fixado para a maior parte das vendas desta safra.
A Raízen Energia fixou 1,784 milhão de toneladas do açúcar que pretende vender no novo ciclo a um preço médio de 69,80 centavos de reais a libra-peso, equivalente a R$ 1.538 a tonelada. Em relação ao preço médio fixado para este ciclo, a companhia garantiu uma valorização de 19% do produto a ser vendido.
Por sua vez, o preço de fixação das vendas de açúcar da Biosev para a próxima temporada foi 34% maior do que o da safra atual, a 68,4 centavos de reais a libra-peso, equivalente a R$ 1.507 a tonelada. A esse valor, foram fixadas as vendas de 881 mil toneladas da commodity. (Valor Econômico)