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Edição 210

2020/21: Teremos uma safra com preços melhores?

Publicado

em

Alisson Henrique

Andy Duff, estrategista Global de Açúcar do Rabobank

VANTAJOSO PARA ETANOL, BOM PARA AÇÚCAR
“O ano de 2019 foi frustante para o mercado de açúcar, mas, em contrapartida, muito bom para o etanol. Existem vários fatores que apontam para um mercado ainda mais vantajoso para o combustível em 2020. Um deles é que o preço do petróleo tem potencial para ficar em níveis razoáveis e até relativamente altos ao longo do ano. Desse modo, a expectativa quanto ao etanol é positiva. Em relação ao açúcar, finalmente as perspectivas para a commodity estão melhorando. No começo de janeiro a bolsa de Nova Iorque registrou US$ 14 cents, valor que não era atingido há um bom tempo. Outro fato é que há bastante tempo o mundo espera por uma safra menor na Índia e a expectativa é de que a produção cairá cerca de 5 ou 6 milhões de t. Na Tailândia também se fala em uma queda de 20%, na ordem de 2 milhões de t. Estados Unidos e México, afetados pelo clima, também devem registrar números menores. Todos esses fatos levam a crer em um aperto da produção para este ciclo. Aliado a isso, nota-se o preço reagindo. É um momento bom para produtores de açúcar. Pode ser um alívio.”
Andy Duff, estrategista Global de Açúcar do Rabobank

AÇÚCAR VOLTA A SER REPRESENTATIVO
“O açúcar bruto tem se sustentado em meio às diversas sinalizações de aperto no balanço de oferta e demanda. Os acompanhamentos de safra na Índia e Tailândia reforçam esse contexto, indicando que as exportações dos dois países podem decepcionar nos próximos meses. O primeiro semestre de 2020 será marcado por diversos fatores que moldarão as perspectivas para a produção de açúcar em 2020/21. Um dos principais determinantes será a dinâmica climática do Hemisfério Norte, a qual impactará o plantio e desenvolvimento da beterraba na Europa e nos Estados Unidos. Para o etanol, a conjuntura atual tem sido de cotações recordes, reforçando que, a depender das condições climáticas, usinas do Centro-Sul devem adiantar o início da colheita de abril para março. Para o ciclo 2020/21 na região, espera-se que o etanol perca espaço para o açúcar e a oferta total do biocombustível recue 2,8% frente ao que é esperado para 2019/20. Por outro lado, é preciso se atentar às movimentações da gasolina, que podem impactar as cotações do etanol e às importações.”
Matheus Costa, analista de Inteligência de Mercado na INTL FCStone

AÇÚCAR E ETANOL: CENÁRIO É FAVORÁVEL
“A safra 2020/21 possui boas perspectivas para o açúcar e etanol. Com a configuração de déficit no balanço mundial e consequente mudança da posição dos fundos especulativos, os preços da commodity apresentaram relevante recuperação recentemente. Para o Brasil, já existe prêmio para o açúcar com relação ao etanol para a safra 2020/21, levando em conta mercado de balcão e gasolina projetada. Com isso, os preços do açúcar têm tendência de manutenção/alta para garantir que o Brasil migre parte do seu mix para açúcar e supra essa redução da produção mundial. Caso essa migração do mix açúcar não ocorra logo no início da safra podemos ter uma pressão mais forte nos preços. Em contrapartida, a redução de oferta de etanol hidratado deve elevar os preços internamente, criando um cenário bastante construtivo para os dois produtos.”
João Henrique de Lima Rissi, analista da FG/A

Arnaldo Luiz Corrêa, diretor da Archer Consulting

ANO MELHOR PARA AS USINAS
“Acredito que teremos uma safra com preços melhores em reais por tonelada. Não necessariamente melhores em centavos de dólar por libra peso porque tem-se uma certa limitação desse mercado acima dos 15 centavos porque é um nível de preço que favorece bastante os indianos. Desse modo, acredito que nós temos essa pequena limitação. Mas é óbvio que, se tratando de um mercado de commodity, podemos ter eventuais surpresas. Mesmo assim, acredito que teremos um ano melhor para as usinas. Não apenas em função do mercado de açúcar, mas também em função de um mercado mais aquecido para o consumo de combustíveis, em especial, o etanol. Teremos novamente uma safra restrita em termos de disponibilidade de cana. Não vejo um crescimento na produção e isso certamente fará com que a arbitragem açúcar/etanol continue funcionando de maneira bem próxima, não permitindo grandes diferenças de preço entre os dois produtos. Estou bastante otimista para este ano.”
Arnaldo Luiz Corrêa, diretor da Archer Consulting

Mario Campos, presidente da Siamig

SAFRA INTERESSANTE PARA TODO O SEGUIMENTO   
“Considerando que a gente não tenha nenhum tipo de evento externo, a expectativa é boa. Quando falamos de açúcar, existe uma dinâmica do mercado que é o balanço oferta e demanda. O grande ponto que todos visualizam é a Índia, que nos últimos anos se tornou o maior produtor mundial de açúcar e ainda está sentada em um grande estoque desse produto. No entanto, o país, além de estar sendo incentivado a produzir mais etanol, também está enfrentando dificuldades e registrando um valor reduzido em relação à safra anterior. Desse modo, observa-se uma recuperação dos preços de açúcar e isso gera uma perspectiva muito positiva em relação à safra e à commodity, voltando a ser um produto com uma rentabilidade interessante para o produtor. Agora, quando observamos o etanol, a gente tem que ver o preço do petróleo e também câmbio. A perspectiva é boa para o combustível. A gente também observa uma boa pespectiva por parte dos produtores e empresas. Ou seja, teremos em 2020/21 um ano realmente muito interessante para todo o seguimento.”
Mario Campos, presidente da Siamig 

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