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Brasil tem potencial para 150 mil carros elétricos por ano
Estudo da Accenture e da FGV Energia aponta que mercado precisa de incentivos.
O Brasil tem potencial para absorver apenas 150 mil carros eletrificados por ano. Esta é a conclusão de estudo feito pela Accenture em parceria com a FGV Energia, que destaca que, localmente, estes modelos têm preço elevado e, portanto, só atraem consumidores das classes A e B. A análise leva em conta que só 2,2 milhões de brasileiros têm renda bruta superior a 20 salários mínimos e assume que só um terço deste grupo optaria por ter um carro elétrico, com taxa de renovação de cinco anos.
Segundo o estudo, só seria possível elevar este potencial com a oferta de incentivos governamentais para a compra destes modelos. Atualmente, o único desconto oferecido a estes carros é a redução da alíquota de 35% do Imposto de Importação, que varia entre zero e 7% para elétricos e híbridos. Ainda assim, estes veículos pagam tarifa maior de IPI do que modelos a combustão. Enquanto isso, internacionalmente estas tecnologias são fortemente estimuladas.
O relatório destaca que na China, que enfrenta o desafio de reduzir as emissões de poluentes, os carros elétricos são oferecidos com incentivo monetário que vai de US$ 6 mil a US$ 10 mil, além de isenção nos impostos de aquisição. Na Holanda, por exemplo, quanto menos o automóvel emite, menor é a taxa de licenciamento, podendo chegar a zero.
Em busca de soluções
O estudo da Accenture com a FGV avalia o cenário global e o brasileiro de veículos elétricos. Uma das conclusões do documento é de que a eletrificação será parte essencial da evolução do automóvel nos próximos anos. Assim, o Brasil não poderá ficar de fora deste caminho, ainda que conte com o etanol como relevante solução ambiental.
“Os veículos flex já contribuem fortemente para a redução das emissões no setor de transportes brasileiro há quase duas décadas. Diferentemente de outros países, não é necessária tanta pressa na adoção dos veículos elétricos para que se cumpra a agenda climática de redução de emissões”, aponta o documento.
Com essa vantagem nas mãos, o estudo indica que o Brasil poderá desenvolver novas tecnologias para eletrificar a sua frota nos próximos anos, como carros híbridos com motores flex e elétricos e automóveis a célula de etanol. Estas soluções, indica o relatório, teriam ainda como vantagem o aproveitamento da infraestrutura de abastecimento que já existe, além da cadeia produtiva do biocombustível.
13 milhões de carros elétricos em 2020
A estimativa é de que, em 2020, a frota global de carros elétricos chegue a 13 milhões de unidades – um salto importante na comparação com 2011, quando apenas 50 mil modelos com a tecnologia estavam em circulação no mundo. O número de eletropostos também passa por expansão rápida e chegou a 1,45 milhão em 2015.
Segundo a análise, nos próximos anos, os números serão impulsionados por políticas que restringem as vendas de carros a combustão. A Noruega é o país com a meta mais apertada: o objetivo é permitir o emplacamento apenas de veículos eletrificados a partir de 2025. Em seguida aparece a Alemanha, que a partir de 2030 vai banir automóveis equipados somente com motor a combustão. (Automotive Business)
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