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Preços e demanda pelo etanol começam a deixar a entressafra com cara de safra

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Os volumes de produção são relevantes para o período, contando com boa oferta de cana bisada e cada vez mais cana nova ajudada pelo clima dos últimos 4 meses.

A entressafra da cana já começa a ficar com ares de safra e poderá ficar mais acentuada nas próximas semanas. Naturalmente que longe do volume de produção que se verá a partir de abril, quando do início do ciclo 18/19, mas os números já mostram que o esmagamento cresce em termos relativos. E o etanol é a chave, na rabeira de um preço da gasolina na bomba acima, folgadamente, de R$ 4,00 nos postos embandeirados de São Paulo, por exemplo.

A demanda pelo hidratado aquecida, sinal de que a safra nova se confirma como mais alcooleira de acordo com o que se previa, também se reflete na vantagem remuneradora que leva sobre o açúcar na usinas. Maurício Muruci, analista da Safras & Mercado, avalia em 35 a 40%. Poderá se estreitar um pouco na medida em que a oferta de etanol ir inchando, mas o momento bom tem tudo para continuar mesmo com a safra às portas.

“O etanol está remunerando bem e com consumo alto, em poucos momentos vimos um momento como esse”, fala Mário Campos, presidente do Siamig, entidade que abrange as indústrias da cadeia da cana mineira. Há que se levar em conta que o dólar continuando a trajetória de alta, na esteira da empacada reforma da Previdência, levará a Petrobras a desovar para os preços do combustível importado e o repasse no varejo continuará forçando a demanda pelo hidratado.

Cana bisada e nova

Os dados da União da Indústria de Cana de Açúcar (Unica) forneceram já em janeiro essa ‘antecipação’ de safra, como se suspeitava quando as usinas começaram a virar para valer a chave para o etanol ainda na virada do semestre de 2017. Na segunda quinzena do mês passado o Centro-Sul a moagem de cana aumentou para cerca de 407 mil toneladas, quase o dobro sobre a quinzena anterior. Números marginais se comparado com a produção em época de safra, “mas que já sinalizam que para muitas unidades há uma tendência de crescimento”, diz Muruci.

Nessa virada de quinzena – enquanto se produziu a mais de 2 para 4 mil/t de açúcar, o etanol saiu de 40 para 116 milhões de litros.

Mário Campos, da Siamig, lembra que isso foi possível porque as chuvas de final de ano fizeram com que muitas indústrias deixassem a cana no campo, e chuva em excesso não combina com esmagamento. Maurício Muruci, da Safras, por sua vez, acredita também que essa planta que foi carregada para 2018 deveu-se a menor disposição das usinas em processarem tudo, mesmo com a demanda boa para o etanol.

Portanto, há elasticidade de cana bisada, talvez na faixa de 9 a 12 milhões/t, segundo as contas da Safras, como explicou seu analista. Em Minas Gerais, sobretudo na concentrada produção do Triângulo, Campos acredita em 1 milhão/t.

Quanto à cana nova, de 1,5 ano, o presidente do Siamig não pensa que seja muita, apesar dos bons volumes hídricos do último trimestre de 2017. A seca de junho a setembro, mais incêndios em várias regiões, teriam prejudicado a cana rebrota.

Mas deverá ter, sim, volume satisfatório de cana pronta até chegar a safra. As chuvas estão fartas e regulares, beneficiando o desenvolvimento de uma planta que sabidamente ocorre muito rápido com tempo favorável. Maurício Muruci acha que vai aumentar a oferta logo logo.

Safra

O impacto desse cenário favorece mais ainda as empresas que estão com baixo fluxo de caixa. Portanto, a corrida para sair com etanol, nas unidades com lavoura pronta e manutenção dos equipamentos concluída, operação normal na entressafra, começou e deverá abranger cada vez mais usinas.

Ainda é cedo para se concluir sobre alterações nos números estimados da safra 18/19, que por hora continuam, de acordo com a Unica, presos em 578 milhões de toneladas moídas (a entidade tem os números mais conservadores do mercado), 31,5 milhões/t de açúcar, 41,7% da cana, o menor volume do alimento em 3 anos. Quanto ao etanol, análises medianas do mercado falam entre 27 a 30 bilhões de litros de etanol, sendo em torno de 17/18 do combustível hidratado.

Vai pesar nessa balança o comportamento da importação do etanol de milho subsidiado dos Estados Unidos, que na temporada 17/18 bateu recordes. (Notícias Agrícolas)

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