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Fundo Castlelake fará proposta por usina da Renuka do Brasil em março, dizem fontes
A empresa de investimentos Castlelake, que gerencia fundos privados, deve apresentar em 20 de março uma proposta para adquirir a usina Revati, da Renuka do Brasil, em um negócio potencialmente capaz de destravar o processo de recuperação judicial do grupo sucroenergético.
Duas fontes próximas às tratativas disseram à Reuters, sob condição de anonimato, que uma primeira reunião entre a Castlelake e alguns fornecedores da Renuka do Brasil já foi realizada no início deste mês, em uma primeira negociação do fundo com sede nos Estados Unidos com aqueles que poderão fornecer cana para as operações.
Em março, a proposta deverá ser oficialmente apresentada a todos e poderá já figurar dentro de um novo plano de recuperação judicial da subsidiária da indiana Shree Renuka Sugars.
Com dívidas de quase 3 bilhões de reais, a empresa entrou em recuperação judicial em outubro de 2015. Neste processo, no início de 2017, o grupo tentou leiloar uma de suas usinas, a Madhu, em Promissão (SP), mas o BNDES pediu a suspensão do certame, algo que voltou a ocorrer em setembro, com a Revati, em Brejo Alegre (SP). O banco de fomento é titular de garantias hipotecárias.
Já com a Castlelake, a Renuka do Brasil poderia buscar uma nova linha para seu plano de recuperação, que independa de uma decisão da Justiça acerca do leilão suspenso da Revati, usina com capacidade instalada para moer 4 milhões de toneladas de cana por safra.
Com mais de 13 bilhões de dólares em ativos em fundos e setores público e privado, segundo seu site, a Castlelake já comunicou aos credores e à própria Shree Renuka Sugars que só leva adiante a aquisição da Revati se tiver garantias de fornecimento de cana por ao menos três anos, disseram as fontes.
Devido às dificuldades que enfrenta, a Renuka do Brasil tem contratos de fornecimento de matéria-prima para menos da metade de sua capacidade combinada, de 10 milhões de toneladas, na safra 2018/19. Por esse motivo, é praticamente certo que apenas uma das duas usinas da companhia funcione no ciclo que se inicia em abril próximo.
Segundo as fontes, que mantêm ligações com a empresa, praticamente toda a cana da Renuka do Brasil está hoje perto da Madhu, e a Castlelake quer garantias de que a subsidiária indiana não operará nos próximos anos para ter acesso a essa oferta.
Uma das fontes relatou que esse é um ponto de embate entre a Castlelake e a Shree Renuka Sugars: enquanto a companhia de investimentos quer garantias de fornecimento por três anos, a empresa indiana está disposta a “ceder” seus contratos com fornecedores por apenas dois anos.
“A briga está aí”, disse a fonte.
Ambas as fontes disseram não ter informações sobre quanto valeria a Revati, mas destacaram que se trata de uma usina mais nova e com fácil capacidade de expansão, ao contrário da Madhu, considerada menos atrativa.
Procuradas, a Castlelake e a Shree Renuka Sugars não responderam imediatamente a pedidos de comentários.
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