O setor Sucroenergético tem grande peso no uso racional da água. Segundo o gerente em Bioeletricidade da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (UNICA), Zilmar Souza, em 2017 a eletricidade obtida da palha e do bagaço da cana foi equivalente a preservar 15% das águas nos reservatórios das hidrelétricas do submercado Sudeste/Centro-Oeste, responsável por 60% do consumo de eletricidade do País.
Segundo informações da UNICA, por ser gerada próxima aos centros urbanos, a bioeletricidade da cana apresenta diversas vantagens logísticas e ambientais. Com produção estável e previsível ao longo do ano, além de ajudar a atenuar os impactos negativos da estiagem nos reservatórios, em 2017, o volume de energia elétrica renovável comercializado pelo setor sucroenergético foi suficiente para iluminar 11 milhões de residências, evitando a emissão de 8 milhões de toneladas de CO2, um dos principais causadores do aquecimento global.
Da porteira para dentro
Nos últimos 40 anos, as usinas sucroenergéticas têm apresentado notável evolução no uso racional da água para o processamento industrial da cana. Desde a década de 1970, as empresas reduziram a captação hídrica da faixa de 15 m3/t para de 1,2 m3/t.
“Foi um resultado obtido principalmente com o tratamento e fechamento de circuitos com reuso de água e o aprimoramento de outros processos produtivos, como a colheita mecanizada, em que a cana crua picada não necessita de lavagem antes de seguir para a moenda”, ressalta o consultor Ambiental e de Recursos Hídricos da UNICA, André Elia Neto, aproveitando para desmitificar uma antiga crença atribuída à cultura canavieira: “Ao contrário do que se imagina, a produção de cana no Brasil praticamente não é irrigada”.
Texto extraído do Portal Universoagro