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Colômbia aumenta mistura e reforça papel do etanol no combate ao aquecimento global

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Desde 1º de março deste ano, a Colômbia, 3º maior produtor de etanol na América do Sul, elevou de 8% para 10% a proporção do biocombustível misturado à gasolina em todo território nacional. A iniciativa é considerada estratégica para que o país reduza em 20% as emissões domésticas de gases de efeito estufa (GEEs) até 2030, compromisso estabelecido no Acordo de Paris, assinado durante a 21ª Conferência do Clima (COP21), há dois anos.

“Celebramos a decisão do governo pela adoção da mistura em 10% (E10). A medida mostra comprometimento para o alcance das metas firmadas na COP21. O etanol contribui com este propósito, visto que as análises do ciclo de vida do produto [na colômbia] indicam que ele mitiga em 74% as emissões de GEEs se comparado à gasolina”, afirma o presidente da Associação dos Produtores de Cana-de-Açúcar da Colômbia (Asocaña), Juan Carlos Mira, em recente artigo publicado no site da entidade.

Segundo o executivo, a nova política do E10 não implicará em aumento de preços da gasolina. De acordo com condições de mercado, o valor do combustível poderá até cair nas bombas. “O [preço] etanol mostra tendência de baixa, o que permitiria uma redução próxima a 7 pesos por galão”, explica Juan Carlos, detalhando que a formação do preço final da gasolina é regulada pelo governo e depende de vários fatores. Entre eles, o fato de que o etanol representa apenas 8%. Impostos, por exemplo, compõem aproximadamente 29% do que é pago pelo consumidor na capital Bogotá.

Por fim, o presidente da associação colombiana destaca outros benefícios socioeconômicos proporcionados pela indústria sucroenergética local. “A produção de etanol também promove geração de emprego formal no segmento rural”, exalta. No ano passado, de acordo com o Balanço 2000-2017 da Asocaña, a Colômbia moeu mais de 24 milhões de toneladas de cana, produzindo mais de 336 milhões de litros de etanol anidro e 2,2 milhões de toneladas de açúcar.

Para o diretor Executivo da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (UNICA), Eduardo Leão de Sousa, cuja entidade representa cerca de 60% da produção de etanol no Brasil, o aumento do uso do biocombustível na Colômbia reforça a viabilidade do produto como uma alternativa barata, produzida em larga escala e sustentável.

“O etanol se credencia cada vez mais no cenário internacional como um indutor de desenvolvimento econômico e redutor de emissões de GEEs. Hoje, aproximadamente 66 países têm mandatos ou estudos para adicioná-lo aos fósseis, sendo que 14 deles estão nas Américas”, destaca, citando dados do levantamento “The Digest´s Biofuels Mandates Around the World”, divulgado no início do ano por um dos portais mais lidos do mundo no segmento de combustíveis renováveis.

Carbonômetro

Para dar uma dimensão da importância do etanol e de políticas de mistura à gasolina no combate às emissões de GEEs no segmento veicular, o diretor UNICA exemplifica: “No Brasil, as emissões evitadas pelo etanol nos veículos flex desde 2003 equivalem ao plantio de bilhões de árvores. Já são mais de 437 milhões de toneladas de gás carbônico mitigadas graças ao uso do biocombustível hidratado e do anidro, misturado em até 27,5% à gasolina (E27.5). Seria preciso plantar e manter, ao longo de 20 anos, mais de 3 bilhões dessas árvores para se atingir a mesma redução de CO2”, informa o executivo.

Fonte: Unica

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